terça-feira, 12 de dezembro de 2017

Feliz natal e prospero 2018





Nossos direitos e nossas armas prontas. Vamos a luta!



A Classificação Brasileira de Ocupações - CBO, instituída por portaria ministerial nº. 397, de 9 de outubro de 2002, tem por finalidade a identificação das ocupações no mercado de trabalho, para fins classificatórios junto aos registros administrativos e domiciliares. Os efeitos de uniformização pretendida pela Classificação Brasileira de Ocupações são de ordem administrativa e não se estendem as relações de trabalho. Já a regulamentação da profissão, diferentemente da CBO é realizada por meio de lei, cuja apreciação é feita pelo Congresso Nacional, por meio de seus Deputados e Senadores , e levada à sanção do Presidente da República.
Não ESTA CORRETO.

Não somos : 3281 :: Técnicos em necrópsia e taxidermistas

Títulos 3281-05 - Embalsamador 3281-10 - Taxidermista

Descrição Sumária Reconstituem cadáveres humanos e de animais; formolizam cadáveres humanos e de animais; embalsamam cadáveres. Taxidermizam animais vertebrados; curtem peles; preparam esqueletos de animais; confeccionam dioramas, pesquisando característica dos animais e seu habitat. Orientam pessoas em aulas práticas e museus; gerenciam atividades comerciais e acervo científico. Trabalham conforme normas e procedimentos técnios, de segurança e higiene.

O que faz: Necropsista



O necropsista tem seu trabalho voltado para os cuidados do corpo humano após o falecimento, prestando assistência ao médico legista nos procedimentos de verificação de óbitos, entre outros.

Escolaridade:Nível médio tecnico Salário médio:R$ 2.500,00 a 3.000,00 Área de atuação: Policial e ou Vagas da Saúde RECONHECIMENTO E REGULAMENTAÇÃO URGENTES

Temos que insistir e persistir

Essas são nossas armas:
Neste link você apoia e linka sua rede social e fica registrado. É uma das melhores armas, pois só precisa de 20 mil apoios para ir ao senado ser debatido. Isto é um protocolo politico viavel a nossa causa.
"https://www12.senado.leg.br/ecidadania/visualizacaoideia?id=96181&voto=favor"

Este link liga a uma lista completa de deputados atuantes. A melhor forma de contato com esses deputados é por email e insistir
"http://www.congressonacional.leg.br/parlamentares/em-exercicio"

Este é um manifesto que ajuda na revisão da definição do CBO O problema é que precisa de mais de 20mil inscritos pra ter efeito e isso ta dificil, mas vale tentarmos insistir
"http://www.peticaopublica.com.br/pview.aspx?pi=BR83352"

Este é o facebook do Ministerio do Trabalho e Emprego É interessante entrar em contato com eles tambem, mas só pra cutucar, insistir, mas...não resolve muito, eles vão apenas entender a nossa insistencia.
"https://www.facebook.com/ministeriodotrabalho/"

domingo, 10 de dezembro de 2017

As dificuldades de um SVO ligado a empresa particular

Para uma faculdade de medicina particular ter um SVO e realizar necropsias é muito raro. Por diversos motivos inclusive as dificuldades legais que atropelam esses procedimentos. Se o SVO é ligado a um hospital particular, fica incomodo se fazer necropsia como controle de qualidade da propria instituição. Uma entidade particular teria gastos com questões legais contra si propria e diversos problemas que as faculdades de medicina particulares não querem se envolver para não encarecer seu proprio custo. Isto é falta de uma legislação que desvincule os SVOs do estado e abram caminhos e facilidades para instituições particulares. Mas vamos analisar as dificuldades apartir dos SVOs convencionais.

Nos últimos anos, em face do incontestável avanço tecnológico e do refinamento dos métodos de diagnóstico, acentuou-se um fenômeno que já se observava desde os anos 1970: movidos por excesso de confiança, como se fossem imunes ao erro, os médicos passaram a relegar a plano secundário, por julgá-las desnecessárias, as tentativas de correlação anatomoclínica baseadas no exame do cadáver, o que explica, em parte, o enorme declínio no número de necrópsias em casos de morte natural.5 Não obstante, contrariando as expectativas, a incidência de erros detectados por esse procedimento permanece elevada, em diferentes contextos, mesmo em países do primeiro mundo.6 A propósito, em instigante editorial, o Dr. George D. Lundberg propõe lúcida explicação para o fato:7

In fact, there is still a giant gap between what high-tech diagnostic medicine can do in theory in ideal circumstances (very much, very well) and what high-tech diagnostic medicine does do in practice in real-life circumstances (not nearly so well), when human beings have to decide what, where, when, how, and why to use it. The gap becomes especially obvious when one looks at patients sick unto death.

Para ilustrar o que se afirmou nas linhas precedentes - e não obstante suas limitações, admitidas pelos próprios autores -, merece registro um estudo realizado no InCor-USP, hospital de referência em Cardiologia, a partir da análise de 406 necrópsias consecutivas: a concordância entre os diagnósticos clínico e necroscópico foi observada em 71,1% dos casos de infarto agudo do miocárdio, em 75% dos casos de dissecção aórtica, em 73,1% dos casos de endocardite infecciosa e em apenas 35,2% dos casos de tromboembolismo pulmonar.8

Importa ressaltar que a impressionante queda no número de necrópsias observada, nos últimos decênios, em casos de morte natural não se deve apenas ao excesso de confiança por parte dos clínicos, mas a uma conjunção de fatores, como:

a falta de infraestrutura adequada e, num tempo marcado pela subespecialização, de patologistas qualificados, capazes de raciocinar, frente ao cadáver, de maneira global e integrada com a clínica;

a pouca disponibilidade, motivada pelo excesso de atribuições, incluídos os encargos administrativos, de muitos dos patologistas mais bem qualificados;

a falta de remuneração justa, em se tratando de procedimento trabalhoso e insalubre;

a recusa da família em autorizar a realização do procedimento, com base no argumento de que o paciente "já sofreu o bastante" e/ou pelo receio de mutilação do cadáver, recusa essa que, até certo ponto, pode ser contornada pela informação adequada, pela proposta de necrópsia parcial, pela proposta de "necrópsia virtual" (baseada nos métodos de imagem, como tomografia computadorizada e ressonância magnética),9-12 pela proposta de necrópsia "minimamente invasiva" (baseada em diferentes associações dos métodos de imagem com punções-biópsias por agulha, endoscopias, laparoscopia e toracoscopia post mortem)13,14 e, até mesmo, no caso da necrópsia convencional, pela proposta de incisões que melhor preservem a aparência do cadáver após o procedimento;15

a pressão de agentes funerários inescrupulosos;

a demora na liberação do laudo final, somente possível após o estudo histopatológico;

o medo, por parte dos clínicos, de ter manchada sua reputação e/ou de serem incriminados judicialmente em face da detecção de algum erro contundente, entendendo-se por "erro" tanto a formulação de diagnóstico equivocado quanto a omissão de diagnóstico importante.



A importância social do serviço de necropsia



Município sem SVO. O que fazer?

Essa é uma constante na grande maioria dos municípios brasileiros: a inexistência do Serviço de Verificação de Óbito, conhecido pela sigla SVO.

Falecendo alguém e não sendo a morte violenta, o que implicaria na emissão do atestado de óbito pelo Instituto Médico Legal, quem emitirá o atestado de óbito?

O atestado de óbito é documento indispensável para que possamos obter a certidão de óbito junto ao Cartório de Registro Civil, e dessa forma realizarmos o enterro. Configura contravenção penal proceder ao enterro de alguém descumprindo as disposições legais, conforme previsto no artigo 67 do Decreto-lei nº 3.688/41, com a seguinte redação,

Art. 67. Inumar ou exumar cadaver, com infração das disposições legais:

Pena – prisão simples, de um mês a um ano, ou multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis.

O presente artigo pretende analisar o assunto, obtendo uma resposta visando solucionar o grave problema daqueles que se veem em uma situação dessas, ou seja, com a recusa do médico do hospital público em fornecer o atestado de óbito alegando que essa atividade cabe ao SVO, bem como, a recusa do IML alegando que não se trata de morte violenta, motivo pelo qual não emitira o atestado de óbito.

Falecendo alguém, a primeira providência dos familiares, via de regra, é acionar a funerária em que possuem plano funerário ou outra contratada no momento. Diante a necessidade de se obter o atestado de óbito os funcionários da Funerária levam o corpo do falecido ao Hospital Público da cidade, onde então o médico plantonista recusa-se a emitir o atestado de óbito, alegando dentre outros fatos, o de não ter prestado assistência ao falecido ou ainda que a emissão do atestado é de competência do Serviço de Verificação de Óbito. Como na cidade não existe o SVO os funcionários ou ainda o próprio médico plantonista encaminham o corpo para a Polícia Civil visando submetê-lo a perícia médico-legal pelo Instituto Médico-legal, que por sua vez se recusa a elaborar o atestado de óbito por não se tratar de morte violenta.

Como resolver o impasse?

Analisaremos cada questão em separado.

O SERVIÇO DE VERIFICAÇÃO DE ÓBITO (SVO). CONCEITO.

O manual do Ministério da Saúde, intitulado "A declaração de óbito: documento necessário e importante", conceitua o serviço de verificação de óbito como sendo,

"... o órgão oficial responsável pela realização de necropsias em pessoas que morreram sem assistência médica ou com diagnóstico de moléstia mal definida".

As leis municipais que os criam já estabelecem suas finalidades. A Lei nº 5.452, de 22 de dezembro de 1986, a qual "Reorganiza os Serviços de Verificação de Óbitos no Estado de São Paulo", traz em seu artigo 2º, quais são as finalidades do SVO, estabelecendo que,

"Os Serviços de Verificação de Óbitos têm por finalidade:

I - esclarecer a ''''causa mortis" em casos de óbito por moléstia mal definida ou sem assistência médica;

II - prestar colaboração técnica, didática e científica aos Departamentos de Patologia das Faculdades de Medicina, órgãos afins ou outros interessados, participando de seus trabalhos e podendo funcionar nas suas dependências e instalações".



O SERVIÇO DE VERIFICAÇÃO DE ÓBITO (SVO). ATRIBUIÇÕES.

Cabe ao SVO, basicamente, a averiguação da causa mortis, bem como, expedir o atestado de óbito, nos casos de morte natural. A Portaria MS/GM Nº 1.405, de 29 de junho de 2006, expedida pelo Ministério da Saúde, a qual "Institui a Rede Nacional de Serviços de Verificação de Óbito e Esclarecimento da Causa Mortis (SVO)", traz em seu artigo 8º quais são as atribuições do SVO da seguinte forma,

"

Art. 8º- Os SVO serão implantados, organizados e capacitados para executarem as seguintes funções: I - realizar necropsias de pessoas falecidas de morte natural sem ou com assistência médica (sem elucidação diagnóstica), inclusive os casos encaminhadas pelo Instituto Médico Legal (IML); (grifos nossos)

II - transferir ao IML os casos:

a) confirmados ou suspeitos de morte por causas externas, verificados antes ou no decorrer da necropsia; b) em estado avançado de decomposição; e c) de morte natural de identidade desconhecida;

III - comunicar ao órgão municipal competente os casos de corpos de indigentes e/ou não-reclamados, após a realização da necropsia, para que seja efetuado o registro do óbito (no prazo determinado em lei) e o sepultamento;

IV - proceder às devidas notificações aos órgãos municipais e estaduais de epidemiologia;

V - garantir a emissão das declarações de óbito dos cadáveres examinados no serviço, por profissionais da instituição ou contratados para este fim, em suas instalações; (grifos nossos)

VI - encaminhar, mensalmente, ao gestor da informação de mortalidade local (gestor do Sistema de Informação sobre Mortalidade):

a) lista de necropsias realizadas;

b) cópias das Declarações de Óbito emitidas na instituição; e

c) atualização da informação da(s) causa(s) do óbito por ocasião do seu esclarecimento, quando este só ocorrer após a emissão deste documento.

Parágrafo único. O SVO deve conceder absoluta prioridade ao esclarecimento da causa mortis de casos de interesse da vigilância epidemiológica e óbitos suspeitos de causa de notificação compulsória ou de agravo inusitado à saúde.



DO MOMENTO DA MORTE.

Hoje no Brasil o assunto está pacificado, pois a Lei nº 9.434/97 estabeleceu em seu artigo 3º que, considera-se morto o indivíduo quando ocorrer a

"... morte encefálica, constatada e registrada por dois médicos não participantes das equipes de remoção e transplante, mediante a utilização de critérios clínicos e tecnológicos definidos por resolução do Conselho Federal de Medicina."

DO REGISTRO DE ÓBITO.

O registro do óbito deverá ser feito no Cartório de Registro Civil de Pessoas Naturais conforme preceitua o art. 29 da Lei nº 6.015/73, o qual dispõe que,

"Serão registrados no Registro Civil de Pessoas Naturais:

III - os óbitos".

O registro de óbito àqueles que são pobres nos termos legais, é gratuito, conforme preceituado no artigo 30 da Lei de Registro Público. "Não serão cobrados emolumentos pelo registro civil de nascimento e pelo assento de óbito, bem como pela primeira certidão respectiva. § 1º- Os reconhecidamente pobres estão isentos de pagamento de emolumentos pelas demais certidões extraídas pelo cartório de registro civil. § 2º- O estado de pobreza será comprovado por declaração do próprio interessado ou a rogo, tratando-se de analfabeto, neste caso acompanhada da assinatura de duas testemunhas. § 3º- A falsidade da declaração ensejará a responsabilidade civil e criminal do interessado. § 3º-A- Comprovado o descumprimento, pelos oficiais de Cartórios de Registro Civil, do disposto no caput deste artigo, aplicar-se-ão as penalidades previstas nos arts. 32 e 33 da Lei nº 8.935, de 18 de novembro de 1994. § 3º-B- Esgotadas as penalidades a que se refere o parágrafo anterior e verificando-se novo descumprimento, aplicar-se-á o disposto no art. 39 da Lei nº 8.935, de 18 de novembro de 1994.

O registro de óbito ocorrerá no livro C.

"Art. 33 - Haverá, em cada cartório, os seguintes livros, todos com 300 (trezentas) folhas cada um:

IV - "C" - de registro de óbitos" (Lei nº 6.015/73). Em sendo criança o registro ocorrerá no livro "C Auxiliar", conforme observamos no artigo 53 da Lei nº 6.015/73. "Art. 53 - No caso de ter a criança nascido morta ou no de ter morrido na ocasião do parto, será, não obstante, feito o assento com os elementos que couberem e com remissão ao do óbito. § 1º- No caso de ter a criança nascido morta, será o registro feito no livro "C Auxiliar", com os elementos que couberem. § 2º- No caso de a criança morrer na ocasião do parto, tendo, entretanto, respirado, serão feitos os dois assentos, o de nascimento e o de óbito, com os elementos cabíveis e com remissões recíprocas".

DA CERTIDÃO DE ÓBITO. DO SEPULPAMENTO. Para que possa ser realizado o sepultamento é necessária a existência da certidão de óbito. E para se obter a certidão de óbito é necessária a existência do atestado de óbito ou declaração de óbito. "Art. 77 - Nenhum sepultamento será feito sem certidão, do oficial de registro do lugar do falecimento, extraída após a lavratura do assento de óbito, em vista do atestado de médico, se houver no lugar, ou, em caso contrário, de duas pessoas qualificadas que tiverem presenciado ou verificado a morte". Essa declaração não se confunde com a estatuída no artigo 79 da Lei nº 6.015/73. Nesse artigo estão previstas aquelas pessoas que são obrigadas a comunicar do óbito.

QUEM DEVE COMUNICAR O ÓBITO.

Falecendo alguém esse fato deve ser comunicado ao Cartório de Registro Civil, sendo que na Lei de Registros Públicos em seu artigo 79, há uma relação de pessoas obrigadas a fazê-lo. "Art. 79 - São obrigados a fazer declaração de óbitos;

1º) o chefe de família, a respeito de sua mulher, filhos, hóspedes, agregados e fâmulos;

2º) a viúva, a respeito de seu marido, e de cada uma das pessoas indicadas no número antecedente;

3º) o filho, a respeito do pai ou da mãe; o irmão, a respeito dos irmãos, e demais pessoas de casa, indicadas no n.º 1; o parente mais próximo maior e presente;

4º) o administrador, diretor ou gerente de qualquer estabelecimento público ou particular, a respeito dos que nele faleceram, salvo se estiver presente algum parente em grau acima indicado;

5º) na falta de pessoa competente, nos termos dos números anteriores, a que tiver assistido aos últimos momentos do finado, o médico, o sacerdote ou vizinho que do falecimento tiver notícia;

6º) a autoridade policial, a respeito de pessoas encontradas mortas.

Parágrafo único. A declaração poderá ser feita por meio de preposto, autorizando-o o declarante em escrito de que constem os elementos necessários ao assento de óbito".

DELEGADO DE POLÍCIA E A COMUNICAÇÃO DO ÓBITO.

Em algumas hipóteses cabe ao Delegado de Polícia comunicar o óbito ao Cartório de Registro Civil. Dentre elas, temos os casos das pessoas encontradas mortas, e não se tendo dados qualificativos da pessoa, após a realização do laudo de exame de corpo de delito necroscópico, deverá a autoridade policial encaminhar ofício ao Cartório de Registro Civil comunicando o óbito e encaminhando para tanto, o referido laudo, solicitando a emissão da certidão de óbito.

Após isso, a documentação é encaminhada, geralmente, à Secretaria de Assistência Social da Prefeitura Municipal, para que seja viabilizado caixão ao morto e seu enterro. Geralmente, há licitação por parte da Prefeitura e a funerária que venceu cuida do restante, providenciando o sepultamento.

DA EMISSÃO DO ATESTADO DE ÓBITO.

A emissão do atestado de óbito é responsabilidade dos médicos, e de acordo com o caso em concreto caberá ao Médico-legista, ao Médico plantonista do Hospital Público, ao Médico que prestava atendimento ao morto, ou ainda, ao Médico com atuação no Serviço de Verificação de Óbito.

MORTE VIOLENTA.

Ocorrendo a morte e sendo ela proveniente de causa violenta, o problema se cessa, cabendo ao Médico-legista a emissão do atestado de óbito.

Vejamos a legislação sobre o assunto.

As legislações dos Estados ao estabelecerem a Lei Orgânica da Polícia Civil regulamentam o assunto. Na Polícia Civil do Estado de Mato Grosso do Sul, está estabelecido em seu artigo 262 quais são as competências do Perito Médico-legista, dentre elas verificamos que cabe ao referido profissional,

"I - supervisionar, coordenar, controlar, orientar e executar perícias médico-legais ou odonto-legais em geral, bem como estabelecer e pesquisar novas técnicas e procedimentos de trabalho;

III - elaborar laudos periciais relativos aos exames realizados".

Dentro das próprias instituições existem regulamentos sobre o assunto. No Estado de Mato Grosso do Sul existe o Regulamento das Atividades Cartorárias, Administrativas e Operacionais da Polícia Civil, onde encontramos em seu art. 223, o seguinte teor:

"Nos casos de ocorrências versando sobre morte por causas naturais, tidas como aquelas sem violência ou causa patológica aparente, sem assistência médica, o delegado de polícia plantonista solicitará ao Serviço de Verificação de Óbito (SVO), ao médico legista, ou ao médico da localidade a realização de exame médico legal para definição da causa mortis.

Parágrafo único. Nos casos de morte violenta, ou seja, aquela provocada por agentes externos ou por acidentes, o delegado de polícia deverá requisitar o exame necroscópico e instaurar Inquérito Policial em torno dos fatos; a mesma providência será adotada nos casos do caput deste artigo em que o médico conclua que a morte foi causada por agentes externos". Ainda sobre o assunto existe a Resolução nº 1.779, de 11 de Novembro de 2005, expedida pelo Conselho Federal de Medicina, que regulamenta a atribuição para a expedição do atestado de óbito, e nos casos de morte violenta prevê que,

"Art. 1º- O preenchimento dos dados constantes na Declaração de Óbito é da responsabilidade do médico que atestou a morte.

Art. 2º- Os médicos, quando do preenchimento da Declaração de Óbito, obedecerão as seguintes normas:"

"3) Mortes violentas ou não naturais:

A Declaração de Óbito deverá, obrigatoriamente, ser fornecida pelos serviços médico-legais.

Parágrafo único. Nas localidades onde existir apenas 1 (um) médico, este é o responsável pelo fornecimento da Declaração de Óbito."

No mesmo diapasão encontramos a Portaria MS/GM Nº 1.405, de 29 de junho de 2006, a qual "Institui a Rede Nacional de Serviços de Verificação de Óbito e Esclarecimento da Causa Mortis (SVO)", e em sua parte inicial já estabelece a atribuição do IML nos casos de mortes violentas, da seguinte forma:

"Considerando que os institutos médicos legais são instituições legalmente capacitadas e habilitadas para a elucidação dos casos de morte decorrentes de causas externas".

Temos ainda a Portaria nº 20/03 da Secretaria de Vigilância em Saúde, a qual "Regulamenta a coleta de dados, fluxo e periodicidade de envio das informações sobre óbitos e nascidos vivos para os Sistemas de Informações sobre Mortalidade - SIM e sobre Nascidos Vivos –SINASC", e que prevê em seu artigo 16 que,

"Art. 16. Nos casos de óbitos por causas acidentais e/ou violentas, o médico legista do Instituto Médico Legal – IML ou perito designado para tal finalidade, nas localidades onde não existir o IML, deverão preencher as três vias da DO com a seguinte destinação:

I - 1ª via: Secretaria Municipal de Saúde;

II- 2ª via: representante/responsável da família do falecido, para ser utilizada na obtenção da Certidão de Óbito junto ao Cartório do Registro Civil, o qual reterá o documento; e

III - 3ª via: Instituto Médico Legal - IML".

Restou demonstrado que a responsabilidade pela emissão do atestado de óbito nas hipóteses em que a morte é violenta, cabe ao Médico-legista lotado no Instituto Médico-legal.

MORTE VIOLENTA. CONCEITO.

Sobre o assunto ainda nos valemos do Manual do Ministério da Saúde sobre a declaração de óbito o qual reza que, o óbito violento é aquele que tem causa externa, ou seja, é aquele,

"... que decorre de uma lesão provocada por violência (homicídio, suicídio, acidente ou morte suspeita), qualquer que seja o tempo decorrido entre o evento e o óbito".

A própria resolução do CFM nº 1.779/05, em suas considerações estabelece que, "CONSIDERANDO que a morte não-natural é aquela que sobrevém em decorrência de causas externas violentas".

Odon Ramos Maranhão prefere conceituar morte violenta como aquela decorrente de acidente, homicídio ou suicídio, sendo no mesmo sentido a definição de A. Almeida Jr. e de J.B. de O. e Costa Jr., o qual diz que morte violenta é aquela

"... causada por ação traumática de origem interna (esforço) ou de origem externa (ações mecânicas, físicas, químicas, psíquicas) abrange o homicídio, o suicídio e a morte acidental".

MORTE NATURAL. CONCEITO.

Morte natural é aquela decorrente de uma doença ou ainda de causa teratológica.

Nessas hipóteses é que teremos a atuação do médico plantonista do Hospital Público emitindo o atestado de óbito ou ainda a atuação do médico vinculado ao SVO.

A pessoa que veio a óbito em virtude de uma causa natural poderia estar sob assistência médica ou não.

MORTE NATURAL COM ASSISTÊNCIA MÉDICA. QUEM EMITE O ATESTADO DE ÓBITO?

Estando sob assistência médica a pessoa que veio a óbito, o manual do Ministério da Saúde, já referido anteriormente, dispõe que nessas hipóteses, deve emitir o atestado de óbito:

- O médico que vinha prestando assistência ao paciente, sempre que possível, em todas as situações;

- O médico assistente e, na sua falta, o médico substituto ou plantonista, para óbitos de pacientes internados sob regime hospitalar;

- O médico designado pela instituição que prestava assistência, para óbitos de pacientes sob regime ambulatorial;

- O médico do Programa de Saúde da Família, Programa de Internação Domiciliar e outro assemelhados, para óbitos de pacientes em tratamento sob regime domiciliar.

A Resolução nº 1.779/05 do CFM é no mesmo sentido, pois prevê em seu artigo 2º que,

"Art. 2º Os médicos, quando do preenchimento da Declaração de Óbito, obedecerão as seguintes normas:

1) Morte natural:

II. Morte com assistência médica: (grifos nossos)

a)A Declaração de Óbito deverá ser fornecida, sempre que possível, pelo médico que vinha prestando assistência ao paciente.

b)A Declaração de Óbito do paciente internado sob regime hospitalar deverá ser fornecida pelo médico assistente e, na sua falta por médico substituto pertencente à instituição.

c)A declaração de óbito do paciente em tratamento sob regime ambulatorial deverá ser fornecida por médico designado pela instituição que prestava assistência, ou pelo SVO.

d) A Declaração de Óbito do paciente em tratamento sob regime domiciliar (Programa Saúde da Família, internação domiciliar e outros) deverá ser fornecida pelo médico pertencente ao programa ao qual o paciente estava cadastrado, ou pelo SVO, caso o médico não consiga correlacionar o óbito com o quadro clínico concernente ao acompanhamento do paciente".

Outrossim, a Portaria nº 20/2003 da Secretaria de Vigilância em Saúde, prevê em seu artigo 14 que,

"Art. 14. No caso dos óbitos naturais ocorridos fora dos estabelecimentos de saúde e com assistência médica, a DO será preenchida pelo médico responsável que deverá dar a seguinte destinação:

I - 1ª e 3ª vias: Secretarias Municipais de Saúde; e

II - 2ª via: representante/responsável da família do falecido para ser utilizada na obtenção da Certidão de Óbito junto ao Cartório do Registro Civil, o qual reterá o documento".



As dificuldades da área de necropsia



Serviços de verificação de óbito: Após 10 anos, Brasil não cumpre meta, diz CFM



Em 2016 o Brasil completa 10 anos de uma política cujo objetivo primordial é garantir à população acesso aos chamados serviços de verificação de óbito (SVOs), estruturas oficiais responsáveis pela realização de necropsias em pessoas que morreram sem assistência médica ou com diagnóstico de moléstia mal definida. Em uma década, não foram atingidos nem dois terços da meta de 74 SVOs de diversos portes, instalados, com apoio financeiro do Ministério da Saúde, em todas as unidades da federação – meta definida pelo próprio órgão do Poder Executivo federal para ser alcançada em quatro anos. Muitos dos estados mais populosos do país, como Bahia, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, por exemplo, continuam sem serviço integrado à rede, ou, até mesmo, sem nenhum serviço disponível.

Os SVOs são peças fundamentais para a agilidade na liberação da declaração de óbito (DO), documento imprescindível para o encaminhamento burocrático da morte e para o sistema de vigilância epidemiológica no País. A política nacional sobre o tema foi definida pela Portaria do Ministério da Saúde GM/MS 1.405/2006, cujo objetivo era formar uma rede de informações epidemiológicas e fazer a gestão de uma rede nacional de SVOs no Brasil. O documento afirmava a necessidade da implantação de SVOs em todas as capitais de estado e no Distrito Federal, e em municípios de maior porte, bem como o cadastramento e a regulamentação dos serviços já existentes.

O levantamento do CFM sobre o tema, no entanto, mostra que tal meta ainda ficou longe de ser atingida. A porta A portaria basilar de 2006 foi revogada em 2009 e substituída nos anos seguintes por outras diretrizes que tratavam não mais de uma política específica de SVOs, e sim de políticas mais abrangentes de incentivo para ações e serviços de vigilância em saúde, que incluem os SVOs.

Aloísio Souza Felipe da Silva, pesquisador da Universidade de São Paulo (USP) e membro da Sociedade Brasileira de Patologia (SBP), explica que a ausência do serviço e seu controle gera uma lacuna importante na definição das causas de morte, com repercussões em vários âmbitos, como epidemiológico legal, de cidadania e direitos. Segundo ele, “as causas do óbito nos atestados são uma enorme fonte de informação epidemiológica para a gestão da saúde pública. Uma porcentagem alta de óbitos de causa indeterminada prejudica o direcionamento de recursos”.



Sem SVOs, médicos e população padecem

Quatro dos sete estados da região Norte não possuem nenhum serviço de verificação de óbito – nem integrado, nem independente da rede –, o que significa um vazio assistencial que atinge mais de 6 milhões de pessoas. A região, já marcada pela desassistência geral em saúde, também sofre com a pior situação em termos de acesso a SVOs.

No entanto, conhecer e analisar o potencial assistencial na área é um desafio. O próprio Ministério da Saúde afirma que sua função é somente manter o cadastro dos SVOs que compõem a rede nacional, ou seja, dos serviços que se habilitaram para o incentivo financeiro nos termos da Portaria GM/MS 1.405/2006 e normas correlatas.

O CFM encontrou, com o auxílio dos Conselhos Regionais de Medicina (CRMs), cinco casos de SVOs fora da rede e administrados localmente. Eles estão em Campo Grande (MS), Criciúma (SC), Cabo Frio (RJ), Poços de Caldas (MG) e Curitiba (PR).

Além disso, há locais onde o serviço de verificação de óbito é realizado de maneira improvisada ou extraoficial, como em Porto Alegre (RS), município onde o Samu cumpre essa tarefa. O conselheiro que representa o estado no CFM, Cláudio Franzen, reforça que essa tarefa não é atribuição do Samu. “Nós cobramos constantemente do governo que disponibilize o serviço institucionalizado, e até agora os gestores não se organizaram”, alerta.

Outro desafio que persiste é o fato de o Ministério não ter fixado o SVO como estabelecimento de saúde detectável em pesquisas no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), ferramenta essencial para propiciar o conhecimento real da rede assistencial brasileira e o exercício do controle social.

Os números apontam: São Paulo e Goiás concentram quase 40% dos serviços brasileiros, com 19 deles. Contudo, estados com alta densidade populacional estão muito distantes da meta traçada pela portaria que inaugurou a política de SVOs no País em 2006. No Rio de Janeiro, por exemplo, o Ministério listou apenas um SVO integrado à rede, em Campos dos Goytacazes, no norte do estado. O Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (Cremerj) apurou outro em Cabo Frio. Os dois destinam-se a atender a toda a população fluminense, a terceira maior do País, e nenhum fica na região metropolitana.
fonte: http://www.cremeb.org.br


sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

Necropsistas: na esperança de um futuro


A grande questão para os poucos profissionais e os varios estudantes de necropsia é saber se ha futuro nessa profissão, que sem duvidas é nobre e essencial para a sociedade, mas vivemos numa sociedade que valoriza muito pouco o que é importante.


O que faz: Necropsista O necropsista tem seu trabalho voltado para os cuidados do corpo humano após o falecimento, prestando assistência ao médico legista nos procedimentos de verificação de óbitos, entre outros. Área de atuação: Policial e ou Saúde O que não somos e devemos mudar: 3281 :: Técnicos em necrópsia e taxidermistas Títulos 3281-05 - Embalsamador 3281-10 - Taxidermista Descrição Sumária Reconstituem cadáveres humanos e de animais; formolizam cadáveres humanos e de animais; embalsamam cadáveres. Taxidermizam animais vertebrados; curtem peles; preparam esqueletos de animais; confeccionam dioramas, pesquisando característica dos animais e seu habitat. Orientam pessoas em aulas práticas e museus; gerenciam atividades comerciais e acervo científico. Trabalham conforme normas e procedimentos técnios, de segurança e higiene. Observem: A)Reconstituir cadaveres humanos==>Sim De animais é área de biologo ou veterinario


B)Embalsamar cadaveres, fazer tanatopraxia==>atribuição do necropsista necromaquiagem==>Sim, desde que seja habilitado


C)Taxidermia==>não temos treinamento para taxidermia na área de necropsia.


D)confeccionam dioramas, pesquisando característica dos animais e seu habitat==> não é nossa atribuição e desconhecemos isso. Talvez seja especifico de biologos.


E)Orientam pessoas em aulas práticas e museus; gerenciam atividades comerciais e acervo científico.==>Não lidamos com esse tipo de atividade


F)Trabalham conforme normas e procedimentos técnios, de segurança e higiene.==> Os cursos de necropsia contribuem muito para melhorias nesses itens.

Fundamentos para regulamentação • Deve ser feita por meio de lei de iniciativa do Congresso Nacional;--->Estamos buscando apoio politico


• É recomendável que haja o reconhecimento da ocupação pela Classificação Brasileira de Ocupações - CBO;---Estamos pedindo constantemente ao MTE revisão do texto de tecnico de necropsia


• O exercício da profissão deve ser vinculado ao interesse público; --->Total interesse publico na resolução da causa da morte violenta ou natural


• Deve haver condições para fiscalização do exercício profissional.--->Os IMLs e SVOs recebem fiscalização das entidades municipais e estaduais


O que falta definir:


Uma união de profissionais, estudantes e escolas de cursos de necropsia em pró de levantar a categoria e forçar os politicos a agir e regulamentar a categoria.


Os ganhos da categoria no futuro: Mais concursos publicos Contratações temporarias Contratação para atuação em entidades particulares Profissionalização Salario base definido Sindicato e representação da categoria


Adequação de uma categoria regulamentada as novas leis e exigências do mercado.


A esperança de termos um futuro é lutarmos unidos, caso contrario não haverá futuro e quem faz cursos hoje podera perder pra outras categorias que possam se apossar da área de necropsia.


Ter um futuro profissional depende de regulamentação e reconhecimento REFLITÃO para os interesses politicos de 2018


Fundamentos para regulamentação



Fundamentos para regulamentação:


• Deve ser feita por meio de lei de iniciativa do Congresso Nacional;

• É recomendável que haja o reconhecimento da ocupação pela Classificação Brasileira de Ocupações - CBO;

• O exercício da profissão deve ser vinculado ao interesse público; e

• Deve haver condições para fiscalização do exercício profissional.



Requisitos que devem constar no Projeto de lei:

• Atribuições dos profissionais;

• Deveres dos profissionais;

• Critérios de qualificação profissional; e

• Previsão de fiscalização da atividade profissional

Reconhecimento da ocupação Cientista na CBO Por meio da CBO, o Ministério do Trabalho e Emprego – MTE, reconhece, descreve e codifica a ocupação de Designer de interiores*

• EX:Designer de interiores – código 3751-05; *Consultado no sítio eletrônico da CBO: http://www.mtecbo.gov.br

As profissões em geral são compostas por direitos e deveres do trabalhador e do empregador, algumas têm sua norma regulamentadora no Ministério do Trabalho. Normalmente as profissões que é regida por uma legislação própria é classificada como profissões regulamentadas, que são aquelas que em sua legislação está determinando quais as obrigações a exercer, e também sobre os direitos e deveres que possui em determinado exercício. Temos como exemplo de benefícios de atuar em profissões regulamentadas:

Licença Carteira Profissional Cédula Profissional piso salarial jornada de trabalho adicionais exames médicos
orgãos reguladores aos quais elas são vinculadas outros

Mas se não regulamentar eu não vou poder fazer concurso na área ou participar de licitações!
Esse argumento de fato faz sentido. Os profissionais das mais diversas áreas devem ter o direito de lutar para que o governo reconheça que as suas áreas existem, são importantes, necessárias, até cruciais para um contrato ou contratação pública.
Quando o estado presta um serviço para a população gratuitamente (pago pelos impostos de todos), ele tem legitimamente o direito de escolher quais qualificações profissionais ele quer que a pessoa tenha para prestar esse serviço e quais ele não quer, assim como um empregador privado ou até mesmo o empreendedor individual.
Portanto, se o Estado faz licitação para trabalhos de arte gráfica e pede que quem as faça tenha diploma de Publicidade ou Arquitetura, é legítimo aos profissionais de EX:Design lutarem/exigirem que o Estado os reconheça como legítimos realizadores dessa tarefa...Assim é para quem faz o curso de necropsia, tanatopraxia e tanatoestética.

Mas… se não proteger vai acabar
Esse argumento é visto em profissões em estágio terminal. Seja pelo fim do interesse da sociedade naquela profissão, seja pelo avanço tecnológico, seja porque antes uma profissão mais ampla se dividiu em várias áreas menores, ou por qualquer outra razão. Parte desse argumento é compreensível devido a inflexibilidade do nosso sistema educacional.

quinta-feira, 23 de novembro de 2017

A importância do apoio politico para regulamentação



É muito importante o apoio politico na regulamentação da profissão de necropsia e área pós morte.

Eu continuo dizendo que precisamos conseguir apoio politico para o reconhecimento e regulamentação da profissão de necropsia e nunca deixarei de acreditar que conseguiremos, mas sei que o tempo faz a hora, afinal ja falo disso desde 2008 e mesmo com derrotas não deixo de acreditar, mas sei o quanto é difícil ter apoio politico no meio de uma crise politica com tanta corrupção, mas sei também que a cada 4 anos mudam os legisladores e um dia teremos alguém que lutara por nós nessa causa.
É preciso estar com a mente aberta, sem preconceitos e ter respeito ao politico que nos apoiar.

Desde 2009 temos nosso simbolo no apoio politico Fernando Stancatti não teve medo e nem preconceito e abraçou nossa causa e ate hoje nos apoia.


É preciso união dos profissionais, estudantes e das escolas, pois todos são interessados em ter a profissão aberta e reconhecida. Com a regulamentação todos os envolvidos ganham. Teremos equiparação salarial e com salario base, teremos vagas abertas para trabalho sempre que as instituições precisarem e sem complicações.

APOIE NOSSA LUTA EM 2018 será nossa chance

Escreva para seu parlamentar ou candidato. A lista é grande...vale todos Mande emails aos parlamentares do Brasil. Faça! Acontecer Tenham coragem e ajam! Escolha varios e peça ajuda para regulamentação da profissao de necropsia.
ESCOLHA VARIOS E MANDE EMAIL


2018/2019 Temos que fazer barulho! Falar com politicos, com escolas, com colegas da área de necropsia...Enfim manifestar nossa necessidade de regulamentaçao pra não dependermos só de concursos publicos e ter outras formas de oportunidade. A área de necropsia precisa de renovaçao, mas temos que correr atraz.


sábado, 19 de agosto de 2017

Necropsia: Profisão sem futuro?





Sera que tem futuro para a profissão de necropsista? Ainda não sabemos, mas apesar de estar desanimado, no fundo eu tenho esperanças. O que me levou a essa reflexão

Necrópsia é um tipo de exame científico realizado em cadáveres com a finalidade de apurar a causa mortis, ou seja, a causa da morte. Trata-se de uma série de observações hierarquizadas e organizadas feitas no indivíduo morto. É uma profissão, mas não é regulamentada.
Muitos cursos deram um tempo esse ano de 2017. As pessoas devem refletir e saber qual objetivo de fazer um curso de necro ou tanato.


Como entrar na área de necropsia: ​

*Primeiro ponto a observar é saber onde você esta e ter paciência...muita paciência! Para quem é da área de saúde, seja tecnico, auxiliar de enfermagem, raio-x, etc. Podemos dizer que um bom caminho foi trilhado porque ter experiência em área de saúde ajuda muito, mas não quer dizer que um simples curso tambem não coloque a pessoa no mercado. Para quem é da área de saúde, deve fazer um curso de necropsia e se especializar fazendo outros cursos tambem. Em concursos e contratações que exigem experiência a atuação em saúde pode ser referencia. Prestar concursos estudando os editais e se dedicar. Outro caminho é fazer divulgação na internet de sua formação profissional e ter em mente que enquanto não inicia na necropsia pode ganhar um bom dinheiro trabalhando para funerarias, sendo contratado como tanatopraxista. Se resolver ser FREELANCE deve obter muitos contatos, adquirir experiência e estudar bem o mercado de trabalho. Caso esteja tendo lucro como freelaance é importante fazer uma consulta ao SEBRAE pra saber o melhor modo de atuar. ​

As funções do necropsista no Brasil são: Receber e entregar cadáveres de pacientes falecidos no Hospital, acondicionando-os em geladeira - Realizar a necropsia dos pacientes, nos casos pertinentes - Proceder ao preparo do corpo pós-mortem, incluindo eventual formolização ou embalsamento do mesmo ( ou tanatopraxia em locais que fornecem esse serviço ex: SVOC-USP) - Entregar do corpo aos familiares e Serviço Funerário - Realizar a limpeza e manutenção da sala de necropsia e utensílios - Preparar soluções químicas utilizadas na conservação e trato de espécimes anatômicos - Acondicionamento, manuseio e recorte de peças anatômicas mantidas em soluções químicas fixadoras - Auxiliar o médico no exame de peças anatômicas, realizando eventualmente fotografias e dissecções.

Quem faz um curso de necropsia pode: -Atuar em IML ou SVO -Atuar em necroterios tamponando e entregando os corpos. -Atuar em serviços de saúde publica direcionados as estatisticas de doenças. -Atuar em sindicatos de saúde , necropsista especializado em tanatopraxia pode: -Atuar como freelance em funerarias fazendo trabalhos como aspiração, tanatopraxia e formorização -Atuar em funerarias como agente -Atuar em faculdades de medicina ​
Pode atuar em vários campos, mas sempre estará sujeito as dificuldades politicas, aos deficits publicos ou baixa procura comercial.

ABRINDO O JOGO Quem faz o curso de necropsia não se torna um necropsista e sim um formando sem profissão. Quem esta na área trabalhando é um necropsista mas também pode se dizer que não tem uma profissão, porque não é nem reconhecida como deve e nem regulamentada. Sem regulamentação não temos direitos garantidos, segurança e salário adequado as nossas necessidades.

É preciso dar futuro para essa profissão
A IMPORTÂNCIA DA REGULAMENTAÇÃO DA ÁREA DE NECROPSIA -A importância da regulamentação da profissão de necropsia e área pós morte é fundamental. Essa é uma área muito insalubre, salários baixos na maioria das instituições, condições difíceis de trabalho. Os instrumentos usados pelos necropsista são instrumentos inadequados e geralmente em mal estado de conservação, trazendo riscos a saúde do trabalhador.


As condições dos ajudantes de necropsia que tem entre suas varias funções a de buscar corpos. Estes profissionais são pais de família e arriscam a saúde física com caçambas pesadas para buscar corpos em locais de difícil acesso e ganham salários bem abaixo do merecido. Assim também os necropsista que tem contrato com sangue e fluidos de todo tipo e seus salários são desproporcionais a estas atividades, as instituições não respeitam a insalubridade máxima e como é uma área sem regulamentação e sem um sindicato próprio acaba sendo menosprezadas por outros sindicatos mesmo os de funcionários públicos.

Muitos querem entrar nesta área, mas as vagas são raras e ao contrario do que muitos pensam, para entrar nesta área não precisa ter diploma superior e nem títulos especiais, basta curso básico de auxiliar de necropsia, pois não ha planos de carreira e nem se tem perspectivas de subir na carreira...mas pode se e deve se fazer o contrario. Quando se entra nessa área deve se estudar e buscar novas perspectivas paralelas pata complemento de renda.

Quem quer entrar nessa área tem que amar a profissão e lutar por ela.



REFORMAS E A PROFISSÃO DE NECROPSIA -As reformas que o Brasil vive são complexas e confrontam com a CLT. Para quem é concursado deve ficar atento as mudanças da previdência que são mais prejudiciais que a trabalhista. No que se refere aos profissionais de necropsia e área pós morte, não temos como saber até a volta dos concursos apartir de 2019.


Observemos: A reforma trabalhista tem alguns poucos pontos positivos. Para quem é CLT e concursado pouco muda, mas para quem pretende entrar futuramente tem 2 pontos interessantes.


1)Poderá haver surgimento de cooperativas de trabalho e surgir várias vagas de contrato, onde o necropsista será um terceirizado.


2)Levando em conta a questão de contrato com cooperativa e o fato da nossa área não ser regulamentada, perderemos muitos....quase todos os direitos trabalhistas....Inclusive insalubridade que já é em geral pouca e muitas vezes apenas 20%.
- Ainda não sabemos ao certo o impacto de forma geral e incisiva pra nós, mas é fato que nesta fase de reformas, nós devemos divulgar e buscar apoio para ainda em 2019 termos representantes que levem nossa regulamentação para aprovação. Fiquemos atentos a estas questões e busquemos perturbar desde já por email e midias esses políticos. Lembrando que diante de tanta corrupção e problemas ainda temos os nossos interesses. Afinal existem muitas pessoas na vontade de entrar nesta área e fazer que nossa profissão se mostre digna e de grande importância social.

2018/2019 Temos que fazer barulho! Falar com politicos, com escolas, com colegas da área de necropsia...Enfim manifestar nossa necessidade de regulamentaçao pra não dependermos só de concursos publicos e ter outras formas de oportunidade. A área de necropsia precisa de renovaçao, mas temos que correr atraz.

As pessoas devem refletir e saber qual objetivo de fazer um curso de necro ou tanato. Salario nao é interessante, o trabalho é pra quem encara bem e o numero de vagas é ridiculo...raro. Portanto é preciso analisar melhor os objetivos pra nao jogar dinheiro fora. O curso é util pra pessoas que atuam na saude, segurança e pra quem faz faculdade de biologicas. Assim fica coerente e util um bom curso com professores que sao ou foram da área de necropsia. Essa área por si só é pra poucos...eva tempo, demora conseguir algo e nao adianta se iludir!!




QUANDO ENTENDERMOS ESSAS MUDANÇAS E SE VERMOS UM LUZ NO FIM DESSE TUNEL



*Saberemos em 2018 como ficara o futuro dessa área

domingo, 16 de abril de 2017

O zumbi radioativo

O zumbi radioativo

O acidente radiológico de Goiânia, amplamente conhecido como acidente com o Césio-137, foi um grave episódio de contaminação por radioatividade ocorrido no Brasil. A contaminação teve início em 13 de setembro de 1987, quando um aparelho utilizado em radioterapias foi encontrado dentro de uma clínica abandonada, no centro de Goiânia, em Goiás. Foi classificado como nível 5 (acidentes com consequências de longo alcance) na Escala Internacional de Acidentes Nucleares, que vai de zero a sete, onde o menor valor corresponde a um desvio, sem significação para segurança, enquanto no outro extremo estão localizados os acidentes graves.

Alguns dias após o grave acidente com produto radioativo em Goiânia, houve contaminação do solo e de uma parte do lençol freático da região. Essa agua era usada em diversos estabelecimentos comerciais e em residências.

*Essa história me foi contada por um velho agente funerário goiano, que veio trabalhar em São Paulo. Certa noite no meu plantão no IML, eu embalsamei um corpo que iria ser levado para o interior de Goiás. Nessa noite, quando ajudei a entregar um corpo para esse senhor. Eu e meu colega o convidamos para um café, era madrugada e estava frio. Pegamos nosso café e sentamos na copa, quando percebi um olhar distante no nosso convidado. Com olhar parado, sorriso de lado, ele começou a contar uma história muito estranha, que iniciou assim: Tudo começou no interior goiano, onde a os resquícios mais concentrados da água radioativa foi terminar num reservatório de rua que abastecia uma clínica de embalsamamento. Meu tio estava de plantão naquela noite na clínica e eu estava com ele aprendendo a arte do embalsamamento. Esta noite era fria como a de hoje e com um silêncio perturbador. Havia chegado o corpo de um homem de 50 anos, com cerca de 1,98 e uns 120 quilos, não necropsiado, pois estava internado em coma a 10 dias devido um infarto, nós começamos os preparativos e fui encher o galão de água e como nossa caixa d’água estava quebrada usei a água da torneira externa da clínica, que vinha do reservatório da rua, levei um total de 8 litros pra completarmos com formol. Diluímos, preparamos os instrumentos e meu tio preferiu acessar a artéria carótida do corpo. Liguei a bomba, estava com uma luz fraca na sala e fui preencher o formulário, enquanto meu tio estava tomando um café na copa. Passou alguns minutos e quando olhei o cadáver, estava com uma cor muito clara, parecia que o corpo estava Fosforescente, radiava luz, iluminava parte da mesa de embalsamamento. O corpo estava em termino da injeção do formol e eu desliguei a bombas e apaguei a luz da sala, na escuridão total percebi que o corpo emitia luz esverdeada. Eu assustei e acendi a luz e chamei meu tio para olhar esse fenômeno estranho. Quando ele chegou na sala de embalsamamento, eu apaguei a luz e o corpo brilhou mais forte. Meu tio ficou espantado, mas não queria arrumar polemica sobre o acontecido e foi logo finalizando o embalsamamento e começamos a lavar o corpo para vesti-lo e maquia-lo.

Nessa hora eu fui pegar a mala de maquiagem e meu tio ficou na sala enxugando o corpo, ainda demorei um pouco, pois tinha que completar a mala com produtos que faltava.

Quando retornei à sala após alguns minutos, meus olhos quase saltaram para fora, meu coração disparou em pânico, eu endureci diante da cena que vi. Eu estava horrorizado, travado de medo e não conseguia pensar, só olhava fixo e arregalado, minha boca aberta travou e minhas pernas amoleceram, mas fiquei parado sem me mexer e quando me dei conta, abaixei e me escondi atrás de um armário velho da sala. Olhei com cuidado toda a cena e lá estava meu tio na mesa de embalsamamento, estirado, sangrando, com as tripas pra fora da barriga, o pescoço torcido e o rosto virado pra fora da mesa com um último olhar de dor e medo, o corpo havia sumido, reparei que a porta dos fundos da clínica estava aberta e quebrada, como se um trator tivesse arrancado ela. Eu estava horrorizado, mas me aguentei e fui a porta olhar fora da clínica, achei que algum psicopata ou necrófilo entrou, matou meu tio e levou o corpo, olhei para os lados e não tinha visto nada, caminhei pela lateral da casa pra entrar na recepção e ligar pra polícia, quando de repente vi no fundo do jardim da clínica, era um vulto e parecia ser alguém bem grande tentando pular o muro dos fundos. Eu instintivamente gritei: Houu!...Você ai!...Vou chamar a polícia.

Eu fiquei gelado, pois o volto veio em minha direção num andar ligeiro e tamanho foi meu susto ao ver aquele homem nú e com brilho forte saindo do escuro do jardim. Naquela hora não tive dúvidas, era o corpo que estávamos embalsamando. Eu corri para o outro lado do jardim e no desespero tentava abrir o portão, minhas mãos tremiam, eu gelava e o pânico estava me dominando quando eu percebia aquela...criatura reluzente e com olhar feroz vindo em minha direção. Nessa hora eu dei um grito e ao forçar a tranca, o portão abriu e eu corri pela rua deserta e pouco iluminada, mas logo atrás vinha aquela criatura correndo desajeitado e furioso. Eu gritava desesperadamente pela rua e corria o máximo que eu podia, quando ao virar a esquina fui atropelado por uma viatura da polícia que fazia ronda na região. Eu fiquei inconsciente por algumas horas e ao acordar estava o delegado de polícia ao lado do meu leito no hospital geral da cidade. Ele nem esperou eu despertar por completo e foi me perguntando o que aconteceu na clínica. Fui tomando consciência e minhas lembranças voltaram e o medo e o pânico daquela noite se apossou de mim novamente. O delegado e o medicou que me atendeu foram me acalmando, depois de alguns minutos e um copo de agua, fui lembrando e contando tudo que vi. O delegado olhou para o médico e perguntou: É possível? Como pode?...os policiais viram um homem alto, nú e furioso vindo em direção e deram ordem de rendição, para ele parar...mas não parou e agarrou um dos policiais pelo pescoço e o ergueu, nesse momento o outro policial eu volta por tras da viatura e atirou sem hesitar, disparou 3,4 e 5 tiros e só no quinto o homem largou o policial e fugiu, logo em seguida o policial que atirou comunicou outras unidades e trouxe o rapaz e o parceiro dele para o hospital. Após isso ninguém mais viu aquele sujeito feroz. Mas é possível após 5 tiros alguém sair correndo...? O delegado olhou pra mim e perguntou: Garoto! O que aconteceu? Eu repeti a história com pânico e o medo me agitou de novo, pois eu não sábio como explicar e nem fazia ideia da explicação desse ocorrido. Eu pensei no meu tio morto e como diria isso a minha tia e...minha família? Nesse momento minhas vistas escureceram e eu desmaiei no leito e dormi ate o dia seguinte.

A tarde, após a necropsia fizemos o sepultamento do meu tio e fui pra casa com meus pais e ninguém mais comentou esse caso na região.
Eu quebrei esse silencio hoje, e podem acreditar que não soubemos mais nada daquele corpo enfurecido, mas soube que na região os fazendeiros sempre encontravam...e até hoje encontram animais estripados, o gado amanhece agitado e as vezes um boi dilacerado é encontrado. Além disso, crimes estranhos e nunca resolvidos acontecem até os dias de hoje e fazem mais e 20 anos que tudo aconteceu. A população da região comentam somente nos sussurros e evitam falar abertamente sobre esses acontecimentos. Os mais antigos dizem que era um morto vivo que andava pelas matas da região e nas noites de lua cheia aparecia nos sítios e fazendas para matar animais e as vezes pescadores noturnos.

Todas as noites frias de lua cheia como essa, me faz lembrar daqueles acontecimentos e eu preciso parar e tomar um café pra ir relaxando e desfazendo o pânico que vem em mim...o frio que sobe minha espinha é o mesmo daquela noite a 22anos atraz.

SRH

O celular


Janaina estava passando os números de telefone dos seus amigos da agenda velha para uma nova quando viu o número de Patrícia, uma amiga falecida alguns meses em um acidente de carro quando voltava de uma festa com seu namorado Pedro que até hoje estava em coma. O acidente foi causado por um motorista bêbado em alta velocidade e Patrícia morreu no local.

Janaina sentiu um frio da espinha e uma tristeza repentina, pensou em ligar para o número e talvez escutar a voz de sua amiga em uma gravação se o telefone ainda estivesse ativado. Hesitou por um instante, pois não sabia qual seria sua reação ao escutar a voz da amiga, mas pegou o telefone discou o número. Escutou o telefone chamando duas vezes e fez menção de desligar, pois se sentia boba fazendo aquilo, porém alguém atendeu.

“Alo.” “Oi Janaina.” – respondeu a pessoa do outro lado da linha. “Quem esta falando?” “Quem poderia ser? É a Patrícia.” “É impossível.” “Como assim? Você ligou para o meu número, quem você esperava que atendesse?” Aterrorizada e sem saber o que fazer Janaina continuou a conversa, que foi curta, pois ela estava com muito medo. Nos próximos dois meses ela continuou ligando para o número que sempre era atendido pela amiga já morta, conversava rapidamente e desligava. Pedro havia saído do coma, porém ainda se encontrava no hospital se recuperando das fraturas.

Um dia Janaina decidiu que iria ligar e perguntar sobre o acidente e se ela se lembrava de algo. Ela ligou e as duas conversaram por período curto e Patrícia começou a fazer perguntas sobre seu namorado. “Janaina, você tem alguma noticia do Pedro? Por que ele não me liga? Ele me prometeu estar do meu lado não importa o que acontecesse. Ele desapareceu e não me liga, tenho me sentindo tão sozinha.” – perguntou Patrícia com voz de choro.

Janaina estava paralisada, não sabia o que dizer ou qual seria a melhor resposta e falou a primeira coisa que lhe veio à mente. “Porque... porque você morreu no acidente de carro.” – respondeu ela com calafrios. A última coisa que ela escutou foi o grito de terror de sua amiga e o sinal de ocupado logo em seguida. Rapidamente ela re-discou o número de Patrícia, porém dessa vez a voz do outro lado da linha disse: “Este número é inexistente"

SRH

A sala de anatomia

A sala de anatomia

Dr. Frank era professor de universidade, homem da ciência e céptico a qualquer assunto relacionado à religião. “Se não esta provado pela ciência não existe”, dizia ele quando se via no meio de uma conversa sobre o tema.

Certo dia, saindo do seu carro quando chegou à universidade para sua aula noturna escutou uma voz: “Dr. Frank?” – disse uma moça de uns 17 anos aproximando dele. “Pois não?” – perguntou curioso para saber quem era aquela moça, definitivamente nenhuma de suas alunas, ele conhecia a todos por nome.

“Sou a filha da Marisa, sua colega de Yoga” – respondeu a moça com um belo sorriso. “Desculpa te incomodar, mas eu estou a ponto de prestar vestibular, sonho em ser médica mas não sei se tenho estomago, queria assistir uma de suas aulas de anatomia se possível.” “Humm, esta bem, apesar de que não deveria permitir, estou somente prestando um favor a sua mãe.” – respondeu Dr. Frank já andando em direção ao prédio. Caminharam por uns 5 minutos até chegarem à sala onde Dr. Frank iria dar sua aula. “Olha, não atrapalhe minha aula, não faça perguntas e não fale nada. Senta nessa cadeira e assiste. Quando formos analisar corpos você pode chegar perto. Não quero me meter em encrenca por trazer você aqui.” – disse ele com ar sério. O tempo foi passando, chegaram os alunos e a aula começou. Dr. Frank olhava a moça uma vez ou outra que parecia muito interessada na aula. Algum tempo depois pediu a dois alunos que tirassem dois corpos do freezer para que ele os demonstrasse um procedimento. “Professor, tem dois corpos recém chegados aqui. São indigentes, encontrados pela policia alguns dias atrás, foram mortos a tiros, esta aqui o relatório. Ainda não foram usados para estudo.” – Disse o rapaz estendendo uma prancheta com a informação dos cadáveres. Olhando o relatório o professor balançou a cabeça dizendo que sim.

Os dois alunos retiraram os corpos dos plásticos e os colocaram em cima de uma mesa. A moça se levantou e curiosa foi até os corpos. “Dr. Frank, cuida de mim, por favor.” – disse ela tremendo, com olhar estranho e se aproximando do professor, que imediatamente foi falar come ela. Ela se virou e saiu correndo da sala e ele atrás dela, quando alcançou o corredor não a viu mais. Se aproximou do vigia. “O senhor viu para onde foi a moça que saiu da minha sala?” – perguntou Dr. Frank. “Ninguém passou por aqui não senhor.” – respondeu o vigia intrigado. “O moça que entrou comigo mais cedo para aula de anatomia”. – explicou ele. “Me desculpa Dr. eu não vi ninguém entrar com o senhor”. – contestou o homem mais intrigado ainda. Dr. Frank virou-se em direção à sala agarrando o celular do bolso. Selecionou o celular de Marisa, segundos depois alguém atendeu. “Oi Marisa, é o Frank da aula de Yoga. Escuta, sua filha esteve aqui e pediu para assistir uma das minhas aulas de anatomia. Acho que ela não agüentou ver os cadáveres e foi embora chorando.” – contou ele a mãe da moça.

“Estranho, ela foi acampar com o namorado e deveria estar de volta somente amanhã”. – respondeu Marisa com ar preocupado. “Bom, pode ter sido outra Marisa então, eu conectei com você primeiro, mas deixa pra lá, eu tenho ir que meus alunos me esperam.” – disse e já desligando o telefone. “Acampamento... sei, esses adolescentes”. Ele voltou a sala onde os alunos já haviam começado a estudar os corpos, se aproximou da mesa para tomar a liderança da aula novamente. Sua feição mudou completamente, o terror tomou conta de seu corpo. “Para” – gritou Frank tirando a mão do rapaz que estava dentro do abdômen do cadáver. “Ela não é indigente, eu a conheço.” – disse ele aterrorizado. Ali deitada na mesa de estudo com o tronco do seu corpo aberto, estava a filha de Marisa. Dr. Frank tremia da cabeça aos pés. Não sabia o que pensar, estava confuso e com medo pois aquilo era novidade para ele. Ele deu um passo em direção a porta, ali estava ela novamente. A brisa da noite tocou sua nuca e ele arrepiou.

“Me devolve pra minha mãe.” – disse a ela com voz tremula. Um segundo depois já não estava mais lá. Dr. Frank dispensou seus alunos, sentou-se onde supostamente estava a garota e ali ficou por horas pensando tudo, tudo o que ele não acreditava teria que reconsiderar.

SRH

A dama do cemiterio

A dama do cemitério

-Plena sexta feira a noite e Paulo quer comemorar, e está se divertindo no centro da cidade junto com outras pessoas, quando encontra uma linda mulher, branca, cabelos pretos e corpo escultural, a mulher mais linda que ele já viu.

Ele toma coragem e resolve paquerar a tal mulher. Conversa vem conversa vai, quando o relógio do igreja bate meia-noite. Dentro desses minutos ele se aproxima para beija-lá ele a toca e sente que ela está gelada. Mais não liga. A linda mulher o interrompe e diz que necessita ir embora, pois sua hora chegou. Ela segue seu caminho, ele de tanta curiosidade vai segui-la. Sua perseguição acaba no cemitério municipal que era logo alí, bem perto, quando a vê entrando no cemitério. Ele acha estranho uma mulher linda como aquela entrar no cemitério e retorna.

O jovem rapaz intrigado com o fato fica parado uns instantes pensando. Depois caminha em direção aos colegas e comenta: Nossa! Eu estava me dando bem com aquela gata, mas ela saiu de repente... Um dos amigos questiona: Quem?...Não vi ninguém...Só te vi de relance parado ali na frente perto da igreja...sozinho! Paulo estava confuso com o que o colega dele falou. E comentou mais: Cara! Você não viu mesmo? Ela é linda, estava de vestido branco, nos beijamos, de repente ela saiu fora e entrou no cemitério. O colega de Paulo não da muita importância e diz: Vai ver você ficou com uma garota gótica atípica que usa branco. Elas costumam ficar no cemitério…vai lá procura-la Paulo ficou pensativo, percebeu quem seu colega não o levou a sério, mas Paulo percebeu algo. Ela não era gótica exatamente, mas gostava de ficar no cemitério a noite. A noite passou e de madrugada todos foram pra suas casas. Na semana seguinte era sexta feira 13 e Paulo foi convidado pra uma festa na casa de um amigo. A noite, la pelas 23:00, Paulo sai de casa para a festa e vai caminhando tranquilo sozinho, quando percebe que logo a frente estava o portão do cemitério, onde a loira havia entrado na outra noite. Paulo para em frente ao portão que sempre estava aberto. Neste momento, ele olha a escuridão dentro das ruas do velho cemitério da cidade e resolve entrar. Paulo foi passando pelo portão e caminhou um pouco até onde havia certa luz ainda e parou, ficou olhando e sentindo medo daquele lugar. De repente viu um vulto entre os túmulos, sentiu um frio na nuca e suas pernas ficaram paralisadas, mesmo com muito medo ele acendeu a luz do celular e foi mais adiante entre os túmulos e ficou parado olhando e procurando algo que ele mesmo não sabia o que seria. Logo, tamanha foi sua surpresa quando viu na luz do luar uma figura feminina de branco caminhando em direção a ele. Paulo estava com muito medo, mas logo foi se familiarizando com a imagem de uma mulher de branco e cabelos pretos, longos e brilhantes. Ele não teve dúvidas e viu que era a mulher que ele havia beijado na semana passada, então se aproximou dela e ao ver seu sorriso, ele foi ficando calmo e se encorajou e disse a ela: Ola!...Poxa! Você me assustou. Porque gosta de caminhar no cemitério anoite? A mulher calmamente lhe diz: Eu não sei muito bem, mas quando entro no cemitério sinto que estou em casa, sinto estar em paz e as vezes sinto um tormento também, mas não sei te explicar...apenas sinto! Paulo não entende nada, mas de tão feliz por ver aquela linda mulher, prefere desfrutar o momento. Assim fica olhando o rosto delicado e bonito daquela mulher e declamando poemas e versos, ele estava se sentindo romântico e sedutor com toda a atenção que recebia e dos carinhos que ela fazia em seu rosto. O tempo foi passando e houve-se o sino da igreja, pois indicava ser meia-noite em ponto.

Com a luz do luar mais forte sobre eles, estrelas brilhantes no céu negro, uma brisa suave, os dois se abraçaram e se beijaram em plena meia noite. Paulo percebia que o beijo iniciou quente e logo foi ficando frio e mais frio e parecia gelado no fim, sua satisfação pessoal de estar com aquela linda mulher o manteve naquele beijo profundo, molhado e...gelado

Paulo continuou beijando de olhos fechados, enquanto suas mãos deslizavam com toda autoridade sentindo o corpo perfeito coberto pelo vestido fino de seda. Quando o longo beijo terminou, ela tirou o vestido e ficou nua exibindo um corpo escultural iluminado pela luz da lua e das estrelas de um céu limpo.
Nesta noite...tranzamos loucamente. Saimos do romantismo, das gentilezas e entramos num sonho onde eramos selvagens e loucos...

Paulo e a mulher misteriosa que nunca respondia seu nome quando ele perguntava, adormeceram nus ali naquela laje. Passou alguns minutos e já era pouco mais de uma da madrugada e Paulo despertou e ao seu lado estava ela, de costas e com a cabeça sobre seu braço esquerdo. Paulo beijou-lhe a nuca para acorda-la com delicadeza e disse: Ola!... minha princesa...Acorda pra eu te levar na sua casa. Paulo a beija no rosto e sente sua pele gelada, o corpo dela lhe dava arrepios de frio e o silencio da noite já o perturbava. Ele retira o braço delicadamente e continua chamando por minha princesa, mas a mulher gelada não respondia e Paulo começou a ficar preocupado, achou que ela podia estar com algum problema. Ele vestiu suas roupas e virou a mulher de frente pra ele, mas estava muito escuro, não conseguia ver direito seu rosto e se havia expressão quando ele a chamava e a movimentava para acorda-la. Foi de repente que passou uma brisa fria e a lua voltou a iluminar aquela laje, foi nesse momento que Paulo viu o rosto daquela mulher que o seduziu, agora percebia que era um pouco diferente do rosto que ele havia conhecido antes. Foi grande seu susto quando olhou com o auxílio da luz de seu celular o rosto pálido, batom borrado, manchas verdes nas laterais do pescoço branco, olheiras negras ao redor dos olhos, que se abriam lentamente. Paulo estava assustado e perguntou: Moça! Quem é você? Ela olhou em seus olhos e disse: Olhe a lapide do tumulo Paulo se virou, iluminou, olhou para a lapide e viu a foto da moça que ele havia realmente conhecido, seu nome era Melissa, havia falecido a 30 anos, vítima de assassinato.

Paulo ficou atônito e perguntou: Como pode? O que aconteceu com você Melissa? Melissa, calma e serena começa a explicar: Eu fui assassinada por um jovem que tentou abusar de mim, mas na minha reação de defesa, acabei morta por estrangulamento. Eu nunca aceitei o fato de estar morta... O olhar e o semblante de Melissa foram mudando, em meio a suas palavras e sua face estava mais cadavérica e suas palavras mais ásperas. Paulo estava assustado e perguntou: Mas porque você me seduziu, desde a outra sexta você veio a mim, acredito que você me escolheu por Algum motivo...Qual? Com um olhar mórbido Melissa responde: Olhe ao lado da minha sepultura. Veja os túmulos! Está vendo a gaveta aberta e vazia ao lado da minha? Paulo olhou e assustado respondeu: Sim... Melissa disse: Olhe o nome que está na lapide desse tumulo ao lado do meu...olhe! Leia...O que esta escrito? Paulo ilumina a lapide, olha e lê: Paulo de Farias...Car...valho...É meu nome! Paulo assustado indaga de forma agressiva: Melissa! Por que meu nome esta nessa lapide...nesse tumulo ao lado do seu? Um silencio toma conta do local, as nuvens cobrem o céu e quando vem a sombra escurecendo o luar da noite, Melissa friamente responde: Este tumulo é seu Paulo...Eu te escolhi nessa noite pra ficar ao meu lado...pra sempre! No olhar desesperado e apavorado de Paulo, surge uma reação de um grito e a escuridão toma conta do cemitério. No dia seguinte Paulo havia desaparecido e nos dias que se seguiram, seus familiares procuraram em todos os lugares, mas não o acharam. Somente alguns anos depois um amigo de Paulo passando no cemitério vê a lapide com o nome de Paulo de Farias Carvalho e foi investigar com o gerente do cemitério, mas não havia esse registro e depois de muito insistir, abriram investigação e o corpo foi exumado. Assim os amigos e familiares descobriram que Paulo foi misteriosamente assassinado, de forma que nem os legistas e nem a polícia jamais conseguiram entender e seu corpo foi para o jazigo de sua família, mas no dia seguinte o tumulo estava destruído e a polícia buscou vândalos, mas não havia sinal de ninguém na área, os amigos de Paulo voltaram ao tumulo onde ele havia sido enterrado da primeira vez e quando os coveiros abriram a cova...La estava novamente o corpo de Paulo e por ordem da família ali ficou pra descansar pra sempre.

SRH

A flor do cemiterio

A FLOR DO CEMITÉRIO Ana era uma jovem bonita e inteligente que tinha um estranho hábito quando chegava o período de provas ela ia estudar no cemitério que ficava perto de sua casa, todos os seus amigos implicavam com esse hábito: -Então Ana já vai pro cemitério? E riam -O que é que tem de mais lá é tranquilo e eu posso estudar em paz e parem de provocar. Um dia quando ela chegou no túmulo que costumava ficar, encontrou uma linda flor lilás: -Acho que vou ficar com ela. Após dizer isso guardou-a no meio do fichário e continuou a estudar, quando terminou guardou o material e após sair do cemitério não percebeu que a flor caiu do fichário direto para o bueiro na calçada. Chegando em casa ela foi pro quarto, olhou pela janela e viu uma moça lá em baixo, olhando pra ela como se quisesse algo de volta... Ana saiu de perto da janela e foi tomar um banho, como o inverno estava se aproximando ela ligou a água quente, no banheiro havia uma pequena espelheira que foi embaçada pelo vapor. Após o banho ela sai e no espelho como passe de mágica foi aos poucos se formando a seguinte frase:- DEVOLVA MINHA FLOR!!!! Ana corre pro quarto se troca rapidamente e vai até a cozinha onde sua mãe preparava o jantar: -O que foi Ana? Por que essa carinha assustada? -Eu estava no banho e quando saí vi uma frase escrita no espelho... A mãe dela termina o jantar e vai até o banheiro chegando lá, só a Ana vê a frase: -Não vejo nada filha. Esqueça isso a sua mania de estudar no cemitério deve estar fazendo mal. -Você tem razão mãe é melhor eu parar com isso.

Após o jantar Ana vai dormir e no dia seguinte ela resolve estudar em casa no meio dos estudos o telefone toca, como sua mãe tinha ido ao mercado ela desce e atende: -Alô? -DEVOLVA MINHA FLOR, QUERO ELA DEVLOTA... -Eu sei que é você Antônio pare de implicar comigo. E ela desliga o telefone e sobe pro quarto, e toca novamente o telefone e a mesma pessoa pede a flor de volta. No dia seguinte: -Antônio que brincadeira de mau gosto foi aquela de ontem? -Que brincadeira? Eu não te liguei ontem! Então ela se lembra da flor que tinha pego no cemitério e após procurar na casa inteira descobre que tinha perdido ela pega suas economias vai até a floricultura e compra um lindo buquê com flores brancas bem parecidas deixa no túmulo e vai pra casa, mas o telefone toca: -NÃO QUERO ESSAS FLORES QUERO A MINHA FLOR!!!!! -Mas eu já procurei acho que a perdi... -ENTÃO SOFRERÁ AS CONSEQUENCIAS... Após isso a outra pessoa desliga, Ana torna procurar a flor, mas não encontra.

Passou alguns dias e Ana ainda se preocupava em achar as flores, essa preocupação a deixava tensa, ela não se alimentava mais e emagrecia dia a dia. Foi ficando doente, fraca e perturbada. Uma noite de chuva, o celular toca e Ana atende com voz fraca: -Alô. Quem é^ Um silêncio se faz na linha. Ana insiste em perguntar: -Alô?...É você Antônio...Fala! Quando Ana estava para desligar o telefone, escuta a voz: -DEVOLVA MINHA FLOR, QUERO ELA DEVLOTA... Ana entra em desespero e começa a revirar o quarto, a sala a procura das flores.

Ana torna procurar a flor, mas não encontra e após muitas ligações no telefone de casa e no celular e mensagens no espelho recados no espelho Ana acaba ficando louca!!! E na sala do manicômio ainda com o celular na mão Ana percebe que ele toca e ela grita por ajuda desesperadamente....

SRH

A historia da ruiva do necroterio

A ruiva do necrotério ESSA HISTORIA FOI CONTADA POR UM AMIGO MEU, QUE TRABALHOU NO NECROTERIO DE UM ANTIGO HOSPITAL DO INTERIOR DE SÃO PAULO.

Eu era um jovem de 22 anos, solteiro, que trabalhava num necrotério de um hospital do interior de São Paulo. Sou tímido e gostava do necrotério porque tinha dificuldades de me relacionar com pessoas e preferias a tranquilidade da companhia dos mortos. Era década de 90 e eu fui para o hospital, onde trabalho como zelador do necrotério. Cheguei e liguei minha tv, aguardando a chegada de alguma funerária para buscar um dos corpos que estavam na geladeira. Logo chegou uma viatura do hospital e deixou um corpo, que guardamos na geladeira, estava num saco preto e eu nem abri, somente coloquei o numero sobre o plástico escuro e voltei a minha cadeira pra assistir tv.

Naquela noite esfriou e veio um temporal forte, era mais de 23hs e os trovões estremeciam o chão. A chuva ficou mais forte, quando escutei bater na porta do necrotério. Era uma jovem mulher, linda, olhos azuis, cabelos vermelhos, ela era muito bonita e pediu pra usar o telefone para char um taxi. O necrotério era uma casa isolada nas dependências do hospital e tinha uma ruazinha ao lado que as pessoas costumavam passar pra chegar ao pronto socorro. Essa moça estava com os cabelos e o vestido molhados. Eu expliquei a ela que o telefone sempre ficava mudo quando chovia e era melhor ela se secar no banheiro enquanto eu fazia um café. Ela agradeceu e foi ao banheiro e eu fui fazer o café, estava um pouco tímido, afinal uma mulher linda aqui nesse deserto, nessa chuva, essas coisas não acontecem sempre na vida de um solteiro. Eu caprichei no café e aproveitei pra me pentear e passar um desodorante, enquanto a moça estava no banheiro. Logo ela saiu do banheiro e veio me acompanhar no café e começamos a conversar. O que me admirava era uma jovem e linda mulher, ruiva e de sorriso branco, estava muito a vontade num lugar onde as pessoas geralmente tem medo, receios e jamais iriam bater na porta pra se abrigar da chuva, mesmo numa tempestade, não imaginava possível isso. Ficamos conversando e ela bem a vontade, num vestido úmido, sem blusa e com um decote provocante, um perfume de rosas e um olhar pra mim muito sensual, parecia que no decorrer da conversa e com a chuva mais fraca ela não queria mais ir embora daqui. Já entrava na madrugada e nossa conversa ficou mais intima, ela começou a perguntar se eu era casado ou tinha namorada. Eu comecei a falar com receio e logo fui me abrindo e dizendo que era muito tímido pra conseguir uma namorada e estava solitário. Ela se aproximou de mim e numa voz macia falou perto do meu ouvido direito: Ho! Coitadinho....Você é muito bonzinho, doce e educado. Acho que vai encontrar a pessoa certa ainda. Eu senti um arrepio percorrer meu corpo e um calor subiu...Afinal não é sempre que uma mulher bonita fala em meu ouvido...Aliás nunca aconteceu! Ela continuou a falar e disse coisas boas a meu respeito, nessa hora eu fui me soltando e peguei mais duas xicara de café pra nós, quando me virei e olhei pra ela tive um susto, não esperava, mas ela estava nua na minha frente e a luz da lua após a chuva iluminava seu corpo pela janela da sala. Eu fiquei parado, travado, pois nem podia imaginar e quando ela me chamou para dentro da sala de descanso, as duas xicaras caíram no chão e eu me dei conta de que era minha oportunidade de uma noite interessante. Fiquei animado e me dei conta que uma mulher linda, nua e gratuita na minha frente seria algo difícil de acontecer de novo. Eu a segui e fomos para a sala de descanso, onde havia uma cama e essa foi a melhor noite de sexo da minha vida. Era quase 5 horas da manhã e a ruiva se vestiu, me deu um beijo e foi embora.

Eu cochilei um pouco e logo tocou a campainha do necrotério, era a funerária local, que vinha buscar um corpo de uma desconhecida, não reclamada e que estava a 3 dias na geladeira, eu nem sabia do caso, pois só recebia, entregava e registrava os corpos que chegavam sempre em saco preto vindo do pronto socorro do nosso hospital. Eu comprimente o agente funerário, lhe ofereci café, nem pensei em contar sobre os detalhes daquela madrugada e o acompanhei até a geladeira para retirar o corpo. Ele me pediu pra ajudar a retirar do saco, pois não podia levar sem colocar a camisola do hospital, pois era assim que o hospital entregava para sepultar corpos não reclamados após 72horas. Abri a geladeira, puxei a gaveta e seguramos nas laterais do saco e colocamos numa maca, enquanto eu fui buscar uma camisola, o agente funerário foi abrindo o saco preto e expondo o cadáver de uma mulher. Quando voltei com a camisola fiquei perplexo ao ver o rosto do cadáver de uma mulher, jovem de cabelos vermelhos. Eu não sabia como reagir, pois contar a verdade seria loucura e podia parecer muito estranho, mas o agente percebeu meu espanto e disse: Você tá branco, rapaz! Você tá bem?

Eu cheguei a deixar cair a camisola no chão e fiquei em choque por uns instantes. O agente me chacoalhou pelo braço e eu olhei pra ele e ainda com cuidado disse: Nossa! Conheço essa mulher...Ela veio aqui ontem.

O agente me olhou com estranheza e me contou que era o corpo de uma mulher desconhecida, que ninguém sabia de onde vinha ou se havia parentes pra contatar. Era um tanto improvável eu a conhecer, porque ela foi encontrada morta na beira de um rio na divisa da cidade. Ela foi achada com uma corda no pescoço na beira do lago e a necropsia foi feita no IML da nossa cidade, mas ninguém a conhecia, nem houve quem a tivesse visto antes da sua morte, provavelmente a 4 dias.

Eu não consegui entender mais nada, pois sei que era ela. Me recompus, vestimos o corpo e colocamos no caixão, falei pro agente esquecer o assunto, pois devia ter sido outra pessoa. Eu fui pra minha sala, peguei minha mochila e logo depois que a funerária levou o corpo, fui embora pra casa, sem entender nada e sem poder comentar o caso, pois quem iria entender que eu passei uma noite romântica com uma ruiva que havia sido assassinada a uns 5 dias e era totalmente desconhecida. No plantão seguinte eu jurei pra mim mesmo que jamais abriria a porta anoite pra qualquer pessoa, mesmo com chuva.

Acreditem, foi algo que nunca entendi e nunca saberei se foi sonho ou realidade, pois era tudo muito fora da realidade que eu estava acostumado, mas quando eu lembrava parecia real, pois sentia até o gosto dos lábios daquela mulher. O batom vermelho forte que deixava sua boca tão carnuda e linda me vinha a mente com tantos detalhes, o corpo lindo, branco, escultural que minhas mãos tocaram com suavidade ainda estavam no meu tato, os cabelos vermelhos que acariciei era tão real, macios e tudo isso não era sonho, não podia ser, mas também realidade seria impossível, pois eu vi o cadáver de uma jovem mulher ruiva que parecia muito,era ela com certeza, mas não tinha mais a beleza que eu deslumbrei naquela noite. Nunca vou entender, mas também nunca esquecerei aquela noite estranha. No ano seguinte sai da cidade e do emprego e fui trabalhar em outra cidade bem distante, num escritório, durante o dia e nunca mais passei ou tive interesse em trabalhar em necrotério de hospital. SRH