domingo, 31 de janeiro de 2021

A regulamentação necropsista e as posições politicas do Brasil

O que interessa pra nós.

Essa questão de direita e esquerda, é tudo relativo, pra quem luta por regulamentação da profissão de necropsia e apoio a área pós morte. Direita e esquerda são questões complexas que na teoria é bonito, mas na pratica ambos tem mais problemas que soluções.

Pra nós ambas as ideologias são indiferentes, pois não temos como ter um lado. Vou explicar melhor:

Temos que ter apoio politico de todos os lados e temos pautas para ambos.
Conheça os termos direita e esquerda:

O termo "direita" tem sido usado para se referir a diferentes posições políticas ao longo da história. Os termos "política de direita" e "política de esquerda" foram cunhados durante a Revolução Francesa (1789–1799), e referiam-se ao lugar onde políticos se sentavam no parlamento francês; os que estavam sentados à direita da cadeira do presidente parlamentar foram amplamente favoráveis ao antigo regime, o Ancien Régime.

Para a direita, a política é um meio de garantir a ordem e a liberdade, criando um ambiente benigno no qual as pessoas possam exercitar as suas virtudes. A política não é vista como uma ferramenta para reformar a sociedade ou alterar a natureza do ser humano, ou seja, a filosofia e a política devem refletir a realidade. Por este motivo, a direita costuma ser menos militante quando comparada aos movimentos de esquerda. É possível perceber estas visões de mundo refletidas em várias posições políticas de esquerda e direita. Uma das mais evidentes é a atitude com relação ao crime e à segurança pública. Para a direita, o crime, os vícios e as mazelas da sociedade são originários das falhas de caráter e da natureza imperfeita do ser humano. Por essas falhas serem pessoais, todos os indivíduos são responsáveis por suas decisões e ações e devem arcar com as suas consequências.

Para a esquerda esses mesmos fenômenos são fruto de instituições ruins, das desigualdades e das condições sociais adversas impostas aos indivíduos, e não do caráter intrinsicamente benevolente do ser humano. Por essas falhas terem um forte componente ambiental e social, não é justo atribuir aos indivíduos toda a culpa e consequências de suas ações, principalmente àqueles indivíduos de origem social vulnerável, como é comum nos casos da criminalidade urbana.

Essas diferentes visões levam a reações distintas sobre a mesma questão: enquanto a direita pode parecer excessivamente dura e intolerante, a esquerda é criticada por parecer muito leniente e paternalista.

Outras questões em que as divergências de esquerda e direita ficam claras são a promoção do valor da igualdade, os programas sociais, as políticas de ações afirmativas, os movimentos sociais, entre muitas outras. As polêmicas em torno desses temas são, em última análise, o reflexo das diferentes visões e entendimentos do mundo, da política e do Estado.
Precisamos ser politizados no sentido de buscar todo apoio politico ao nosso projeto.


Existem, entretanto, críticas consideráveis e consistentes ​​sobre a "simples - redução" da política num simples "Eixo - esquerda-direita". Alguns cientistas políticos têm sugerido que a classificação de "esquerda" e "direita" perdeu seu significado no mundo moderno. Embora esses termos continuem a ser utilizados, eles defendem um espectro mais complexo que tenta combinar as dimensões políticas, econômicas e sociais.[26] O jornalista Eric Dupin observou que os termos "direita" ou "esquerda" são cada vez menos relevantes na arena pública. Mesmo no seio da população, os reflexos ideológicos são certamente menos acentuados do que antes, e as diferentes visões do mundo e da sociedade já não podem expressar-se claramente no contexto habitual da polarização esquerda-direita. Os cientistas políticos têm observado que as ideologias dos partidos políticos podem ser mapeadas ao longo de um único eixo esquerda-direita.[31] Klaus von Beyme categorizou os partidos europeus em nove famílias, que descreviam a maioria dos partidos. Ele foi capaz de organizar sete delas a partir da esquerda para a direita: comunismo, socialismo, política verde, liberalismo, democrata cristão, conservador e extrema-direita. As posições dos partidos étnicos e agrários variaram.[32] Um estudo realizado no final de 1980, considerando duas bases, as posições sobre a propriedade dos meios de produção e as posições sobre questões sociais, confirmou esta organização.

Analise em relação a tempos modernos-atualidade no mundo. Ideologias não funcionam de forma unilateral nos tempos atuais. Esquerda : A intervenção econômica deve se dar sempre que se julgar necessário pelo Estado.

Direita: O Estado deve se abster de questões econômicas já que o mercado se auto-regula como se houvesse uma "mão invisível" orientando esse processo.

Em analise: Ambos estão certos, mas não tem como agir de forma isolada nos dias atuais.

Esquerda: A pobreza se dá, sobretudo, por desigualdade de oportunidades. Enquanto problema social, pode ser atacado via programas sociais ou superação da ordem no caso de uma esquerda mais radical.

Para o caso que presentemente tratamos, é preciso considerar primeiramente que as diferenças são inerentes ao mundo humano - para não falar do mundo natural. De modo geral, a ocorrência de diferenças de toda a ordem não pode ser evitada por meio da ação humana (embora se deva esclarecer desde já que nem todas as diferenças são naturais, e muitas são construídas culturalmente).

Direita: A pobreza em sua essência é tida como falta de esforço. Dessa forma, sempre existirão ricos e pobres, pessoas mais e menos esforçadas.

Advem assim o termo MERITOCRACIA: predomínio numa sociedade, organização, grupo, ocupação etc. daqueles que têm mais méritos (os mais trabalhadores, mais dedicados, mais bem dotados intelectualmente etc.

Esquerda: A criminalidade pode ser explicada, essencialmente, pela inserção em um contexto social que oferece desigualdade de oportunidades.

Temos, ainda, como causa da violência, o desrespeito, a prepotência, crises de raiva causadas por fracassos e frustrações, crises mentais, como loucura consequente de anomalias patológicas que, em geral, são casos raros. Poderíamos dizer também que uma das causas da violência seria o desemprego, a fome, viver em favelas, o crime organizado, a omissão do poder público, a pobreza, a desigualdade social, etc. Enfim, são várias as causas que contribuem para esse cenário. Direita: A criminalidade é fruto de escolha dos indivíduos, ou seja, de responsabilidade individual dos sujeitos envolvidos. O crime nada mais é que um ato ou conduta praticada pelos indivíduos, fruto da maldade e liberdade humanas, que macula certos sentimentos coletivos, sendo, pois, impossível se evite sua ocorrência

Biologia, cérebro e agressividade A agressão entre indivíduos é um comportamento social complexo que evoluiu entre os animais no contexto da defesa e da obtenção de recursos para a sobrevivência e a reprodução.

Esquerda: A carga tributária deve ser extensiva para financiar o Estado e oferecer serviços de qualidade para os que precisarem. Não condiz com a realidade, pois com alta carga tributaria vem preços e condições de vida cara e mais miséria.

Direita: Os tributos são maléficos pois sobrecarregam as empresas e desfavorecem o crescimento econômico. "Se não roubar, não vai faltar dinheiro publico para investimentos"

Os tributos deveriam ser adequados a uma economia, onde o governo só investe intensamente em saúde, segurança e educação. Deixar os outros setores para as empresas privadas é uma melhor solução, assim não encarece tributos e investe se em setores fundamentais que atendem diversas posições sociais e economicas, mas de forma eficiente.

Esquerda: Defesa de uma ampla legislação trabalhista que normatize o mundo do trabalho. Fato que o excesso de leis e tributos trabalhistas ferem desde as grandes até as microempresas. Isto causa insegurança juridica, receios de gastos com funcionarios e outras situações que diminuem contratações



Porem:

Direita: O mercado de trabalho deve ser desregulado visto que o mercado auto-regula as relações trabalhistas. Desregular o mercado de traballho não deveria ser caracteristica da direita. Fato que no periodo da industrialização, a posição de direita incentivou a criação de escola e qualificação para a população em geral, de forma a qualificar trabalhadores para mão de obra melhor produtiva.

Assim a necessidade de profissionallização e regras que regem os profissionais levam a uma regulamentação e melhor qualidade do profissional. O mercado por si não consehuiu regular e nem sistematizar a melhoria dos profissionais, mas a qualificação com regulação e necessidade de leis especificas para valorizar a mão de obra especializada, pois do contrario só seria de interesse de empresarios exploradores.

Esquerda: Os serviços, sobretudo aqueles estratégicos, devem ser oferecidos pelo Estado. Serviços adequados ao estado são os que abrangem toda a população. Ex: saúde, segurança e educação Tambem as forças militares devem estar atualizadas para atender as necessidades de segurança do território nacional. Fora estes, não ha necessidade de outros serviços por conta do estado, podendo serem terceirizados ou feitos de forma mistas, etc.

Direita: Buscando diminuir o tamanho do Estado uma boa estratégia é passar para a iniciativa privada serviços que são estatais (privatização). Boa parte das empresas, autarquias e setores que oneram o estado podem ter parte ou total terceirizados. A segurança pode ser privada, mas não tem força peralte as leis, somente a policia vai ter ação pra investigar e prender, a saúde pode ser privada, mas tem que haver publica, pois a maioria não tem condições de arcar, a educação pode ser privada, mas deve haver a publica para dar oportunidade aos mais pobres se qualificarem.

O discurso de que indios são preguiçosos, negros inferiores e brancos descendentes de portugueses são burros é um estigma injusto com a formação do povo brasileiro. Indios não são preguiçosos. Eles são livres na natureza e tem seus proprios costumes milenares. Negros não são inferiores, são fruto da etnia africana, que é culturalmente muito rica e por natureza são fortes e resistentes. Nem todos os brancos brasileiros vieram de portugueses e estes não são burros. Os portugueses são fruto de varias culturas e suas atitudes com o Brasil colonial foram frutos da forma de dominar daquela época. Boa parte dos brancos são descendentes de outros paises europeus, que mesmo mais modernos ou antigos que Portugal, não fez uma diferença a ponto de melhorar a identidade do Brasil. A união de brancos indios e negros deram caracteristicas proprias a uma " etnia brasileira". Essa formação é semelhante com outros paises desenvolvidos, mas não foi o que desenvolveu ou não o Brasil como nação. Temos o resultado de diversos problemas sociais e economicos nigligenciados por todos os governantes que tivemos e isso faz do Estado ineficiente para resolver os problemas verdadeiros. Por isso o Brasil não pode seguir uma unica linha ideologica, pois necessita de posições flexiveis conforme onde se vai atuar.







Nós entre esquerda e direita
-A nossa regulamentação tem apoio da esquerda, pois tem as questões de direitos trabalhistas na nossa área que é extremamente insalubre, temos a questão de precisarmos de concurso publico, porque a necropsia clinica ou legal só interessa ao ESTADO e não a área privada. Difícil ate terceirizar esse serviço, pois não da lucro, não é interessante pra hospitais como o Sírio, Beneficiencia, etc...que os pacientes tem exames de ultima geração e médicos pra atestarem, pois já sabem a causa e familiares na grande maioria não querem a necropsia do ente querido, principalmente pessoal de alto poder aquisitivo e em instituições caras que não querem se envolver com esse tipo de controle de qualidade da saúde. SVO é controle de qualidade de saúde, epidemiologia e estudo cientifico dentro das atribuições de instituições publicas e só o ESTADO consegue manter isso no Brasil. Nossa cultura com a morte não é aberta e liberal e sim de base católica e muito influenciada por outras religiões, que não aceitam lidar com a morte de forma pratica e ciêntifica. Na área legal esta ligado a policia civil que atua pelo ESTADO. Não se privatiza policia. Enfim a necropsia no Brasil não é interessante para área privada$$$...Só concurso e contratação pelo ESTADO....Temos a sina de ser SERVIDORES PÚBLICOS gostem ou não.



-No tocante a DIREITA temos apoio também porque existem atribuições do técnico de necropsia, assim como outros profissionais pós morte, que podemos ser FREELANCES...ou seja podemos ser PROFISSIONAIS LIBERAIS em relação a tanatopraxia, necroestetica, dar aulas em cursos entre outros trabalhos que podemos executar a parte e é uma forma de complementarmos renda, pois funcionários públicos como nós estamos longes de grandes salários...ganhamos na faixa de 2.000,00 a 4.000,00 em média e é pouco pelo trabalho que fazemos.

Concluindo: Não temos posição politica especifica. Vamos sempre estar com quem nos apoia. O que interessa pra mim e para os colegas de profissão é uma regulamentação e reconhecimento da nossa profissão. O resto é resto! Eu como muitos peguei um certo nojo de politica, mas quando é ano de eleições federais, mesmo não gostando temos que buscar apoio de candidatos a deputado federal e senador(só o que interessa).

Portanto, não vale a pena politizar as coisas, sejam flexiveis e guardem pra vocês sua posição ideológica, pois nessa nuta só interessa a REGULAMENTAÇÃO DA PROFISSÃO DE TÉCNICO DE NECROPSIA.



Sergio Honorio. Necropsista e defensor da regulamentação profissional técnico de necropsia desde 2008.



Fonte de pesquisa:
Bobbio, Norberto and Allan Cameron,Left and Right: The Significance of a Political Distinction. University of Chicago Press, 1997, p. 51, 62. ISBN 978-0-226-06246-4 J. E. Goldthorpe. An Introduction to Sociology. Cambridge, England, UK; Oakleigh, Melbourne, Australia; New York, New York, USA Pp. 156. ISBN 0-521-24545-1. Rodney P. Carlisle. Encyclopedia of politics: the left and the right, Volume 2. University of Michigan; Sage Reference, 2005. Pp.693, 721. ISBN 1-4129-0409-9 T. Alexander Smith, Raymond Tatalovich. Cultures at war: moral conflicts in western democracies. Toronto, Canada: Broadview Press, Ltd, 2003. Pp 30. ISBN 9781551113340 Thompson, Willie (1997). The left in history: revolution and reform in twentieth-century politics. [S.l.]: Pluto Press Goodsell, Charles T., "The Architecture of Parliaments: Legislative Houses and Political Culture", British Journal of Political Science, Vol. 18, No. 3 (July, 1988) pp. 287–302