quarta-feira, 7 de setembro de 2016

Historia da NECROPSIA

HISTORIA
Uma autópsia, necropsia, necrópsia ou exame cadavérico é um procedimento médico que consiste em examinar um cadáver para determinar a causa e modo de morte e avaliar qualquer doença ou ferimento que possa estar presente. É geralmente realizada por um médico especializado, chamado de legista num local apropriado denominado morgue, ou necrotério.
A necropsia (necros = morto + scopion = observar) ou autopsia (auto= si próprio) é um procedimento médico que visa analisar as alterações orgânicas após a morte. É subdividida em três tipos: 1) Necropsia médico-legal ou forense, que se destina a identificar o processo da morte em casos de violência ou de causa duvidosa; 2) Verificação de óbito, realizada em casos de morte não violenta de pessoas sem acompanhamento médico regular 3) Necropsia hospitalar, realizada por médicos anatomopatologistas, em pacientes internados, falecidos em decorrência de doenças.

XVIII A.C. Código de Hamurabi gravadas em monólito (pedra de grandes dimensões, ou uma obra ou monumento construído a partir de um só bloco de rocha), cerca de 1700 A.C., que contém cerca de 282 parágrafos regulamentando o a prática da medicina e da odontologia na Babilônia. Estabelecia em um dos seus artigos que “Se um médico tratou um ferimento grave de um escravo de um homem pobre, com uma lanceta de bronze, e causou a morte do escravo, deve pagar escravo por escravo”. As penas iam desde multas a amputações das mãos dos médicos. Os honorários também eram estabelecidos.


INDIA V A.C. Código de Manu, na Índia, proibia que crianças, velhos, embriagados, débeis mentais e loucos fossem ouvidos como testemunhas. Outros tópicos demonstram a série de idéias sobre valores, tais como Verdade, Justiça e Respeito: “Somente homens dignos de confiança, isentos de cobiça podem ser escolhidos para testemunhas de fatos levados a juízo, sendo tal missão vedada para as castas inferiores”. “Nenhum infeliz acabrunhado pelo pesar, nem ébrio, nenhum louco, nenhum sofrendo de fome ou sede, nenhum fatigado em excesso, nenhum que está apaixonado de amor, ou em cólera, ou um ladrão”.


44 a.C. Primeiro exame médico de uma vítima de homicídio registrado na história: morte de Júlio César. Seu corpo foi analisado por Antitius, um médico que era seu amigo, constatando-se 23 golpes, sendo que apenas um foi mortal. O exame não foi realizado como médico perito, mas como cidadão do Império Romano. 1ª necropsia legal: Agripina, mãe de Nero, datada de 59 d.C • Júlia Agripina Menor (em latim: Júlia Agripina Minor[2]), também conhecida como Agripina, a Jovem ou Agripinila e, depois de 50, como Júlia Augusta Agripina, foi uma imperatriz-consorte romana e uma das mais poderosas mulheres da Dinastia júlio-claudiana. Ela era bisneta do imperador Augusto, sobrinha-neta e neta adotiva de Tibério, irmã de Calígula, sobrinha e quarta esposa de Cláudio e mãe de Nero. Ela foi descrita nas fontes modernas e antigas com adjetivos como "implacável", "ambiciosa", "violenta" e "dominadora". Ela era bela, tinha boa reputação e, de acordo com Plínio, o Velho, ela tinha um canino duplo na direita da mandíbula superior, um sinal de boa sorte na época. Muitos dos historiadores antigos acusam Agripina de ter envenenado o imperador Cláudio, mas os relatos divergem entre si.


A Fase Humoral (Idade Antiga - final da Idade Média) O mecanismo da origem das doenças era explicado, nessa fase, pelo desequilíbrio de humores. Os humores eram considerados os líquidos do corpo, em particular, a água, o sangue e a linfa. Os deuses tinham o poder de controlar esse desequilíbrio, bem como de restituir a normalidade do organismo. Essa visão mítica de doença foi criada principalmente pela civilização antiga grega.


Fase Orgânica (séc. XV - XVI) Nessa época, há o predomínio da observação dos orgãos do corpo, feita principalmente às custas das atividades de necrópsia (estudo do cadáver) ou de autópsia (estudo de si mesmo).

Em primeiro lugar, a restrição à dissecação de cadáveres humanos nasceu em entre os pagãos, não entre os cristãos. E o maior difusor dessa restrição foi o romano Galeno de Pérgamo, o mais célebre médico da Antiguidade, ao lado de Hipócrates. Viveu no século II e produziu mais de 200 obras dedicadas à Medicina. Galeno era um grande cientista e fez importantes descobertas, mas cometeu alguns erros teóricos, justamente porque não fazia autópsia em corpos humanos, mas somente em animais (em especial, em macacos e porcos). Isso era motivado por sua crença religiosa pagã. Galeno influenciou fortemente as práticas médicas dos séculos seguintes, e seus conceitos foram bem absorvidos pela civilização cristã. Por isso, de fato, as autópsias em cadáveres humanos foram deixadas de lado por muito tempo. Entretanto, com o passar dos anos, os médicos passaram a questionar as restrições de Galeno, e assim a prática da dissecação de corpos humanos foi retornando progressivamente.

A Histologia e a Fisiologia são as matérias atuais relacionadas a essa fase. Mais detalhadamente, os estudos sobre os tecidos preocupam-se, principalmente, com os mecanismos fisiológicos intercelulares, envolvendo também observações sobre o interstício.
A Fase Tecidual (séc. XVI-XVIII) A Fase Tecidual enfatiza a estrutura e a organização dos tecidos. É nesse período que se iniciam os primeiros estudos sobre as alterações morfológicas teciduais e suas relações com os desequilíbrios funcionais.

O grande sucesso da teoria celular verificou-se na patologia e na fisiologia, com o estudioso alemão Rudolf Virchow (1821-1902), de formação médica, a deslocar o centro da doença dos tecidos para as células. A célula doente foi por ele considerada não como uma estrutura qualitativamente diferente, mas apenas como uma modificação da célula sã. Esta afirmação abriu caminho a pesquisas sobre a identificação das condições que alteram o estado normal de uma célula e a resposta da própria célula àquelas condições patológicas.


Rudolf Ludwig Karl Virchow (Świdwin, 13 de outubro de 1821 — Berlim, 5 de setembro de 1902) foi um médico e político polonês. É considerado o pai da patologia moderna e da medicina social, além de antropólogo e político liberal (Partido Progressista Alemão e Partido Livre-Pensador Alemão).

Baron Karl von Rokitansky (Hradec Králové, 19 de fevereiro de 1804 – Viena, 23 de julho de 1878) foi médico, patologista, humanista, filósofo e político liberal austríaco.

Maurice Joseph Lucien Eleonor Letulle, nascido em Mortagne-au-Perche no Orne 19 de março de 1853 e morreu em Paris em 1 de Janeiro de 1929, é um médico especializado em patologia e professor associado na Faculdade de Medicina de Paris . Ele segura a cadeira de anatomia patológica de Paris (1917).


Anton Ghon (01 de janeiro de 1866 - 23 de abril de 1936) foi um austríaco patologista que era um nativo de Villach . Em 1890 ele ganhou seu grau médico em Graz , e, posteriormente, passou vários anos no instituto patológico em Viena , onde trabalhou com Anton Weichselbaum (1845-1920). Em 1910 tornou-se professor de patológica anatomia na Universidade alemã em Praga .


No Brasil

Raimundo Nina Rodrigues nasceu no Engenho São Roque, na cidade de Vargem Grande, interior de Maranhão, no dia 4 de dezembro de 1862. Viveu na mesma época que Juliano Moreira, uma época marcada por mudanças sociais e comportamentais. Nina iniciou seus estudos na capital maranhense onde passou pelo Colégio São Paulo e Seminário das Mercês. Veio para Salvador, na Bahia, quando se matriculou na Faculdade de Medicina da Bahia - FAMEB aos 19 anos, porém, deslocou-se novamente e doutorou-se no Rio de Janeiro, em 1887, defendendo a tese “Das Amiotrofias de Origem Periférica”. Dois anos depois ocupou a cadeira de adjunto de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da Bahia, em Salvador. Nesta época dedicou-se a escrever artigos para a Gazeta Médica da Bahia, chegando à direção da FAMEB em 1891. Nesse mesmo ano foi transferido para a cadeira de Saúde Pública, como professor de medicina legal. Tentou por várias vezes a criação da habilitação específica para perito médico, o que só veio a acontecer anos depois (CORRÊA, 2005-6).


Júlio Afrânio Peixoto nasceu em Lençóis, na Bahia, em 17 de dezembro de 1876. Filho do capitão Francisco Afrânio Peixoto e de Virgínia de Morais Peixoto. Afrânio Peixoto diplomou-se na Faculdade de Medicina da Bahia, em 1897. Mudou-se para o Rio de Janeiro, em 1902, onde foi diretor do Hospital Nacional de Alienados e catedrático de Higiene da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Foi deputado federal pela Bahia de 1924 a 1930, professor de História da Educação do Instituto de Educação do Rio de Janeiro (1932) e reitor da Universidade do Distrito Federal, em 1935. Autor de várias obras científicas na área de Medicina Legal e Higiene. Defendia, por exemplo, que doenças tropicais não existem, mas que precárias condições sanitárias, existentes em vários países tropicais, podem causar doenças, um ponto de vista inovador, na época. ​


917 Oscar Freire, na Bahia, também luta pela transformação da estrutura médico-legal da Estado. Em 1917, passa a trabalhar na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, morrendo em 1925, deixando grande contribuição à Medicina Legal Brasileira.

1938 Autopsia de Lampião
Autópsia de Lampião Autópsia não foi definitiva WILLIAM FRANÇA DO ENVIADO ESPECIAL Há vários fatos curiosos envolvendo a história da suposta morte de Lampião. Um deles é que sua cabeça ficou 30 anos, seis meses e nove dias insepulta, aguardando pronunciamento da Justiça. Só foi enterrada em fevereiro de 1969, no cemitério Quinta dos Lázaros, em Salvador, depois que a Presidência da República (governo Costa e Silva) o indultou. Durante todo esse tempo, foi exibida para estudantes e curiosos. E só foi submetida a um exame necrológico quatro dias depois do degolamento em Angico. O autor da única autópsia feita na cabeça, José Lages Filho, do IML de Maceió, registrou que o estado em que a recebeu -em decomposição, quatro dias após ser decepada, e com um tiro que atravessou o crânio- impediu que ele fizesse "um estudo acurado". Por isso, ele só sugeriu no laudo que ela pertencesse a Lampião. Lages Filho escreveu: "Em resumo, embora presentes alguns estigmas físicos na cabeça de Lampião (...), faltam deformações e outros sinais aos quais tanta importância emprestava caracterização do criminoso nato". A Fundação Joaquim Nabuco tem cópia do laudo ​ ​ ​ A revista carioca A Noite Ilustrada publicou a maior cobertura da imprensa sobre a morte do mais famoso cangaceiro, fato que evidenciava sua importância como notícia e lenda. A capa da edição da quarta-feira 9 de agosto de 1938, da revista A Noite Ilustrada, lançada 11 dias depois do massacre na Fazenda Angicos, município de Piranhas, entre Alagoas e Sergipe, onde morreram Virgulino Ferreira da Silva (1898-1938), o Lampião, Maria Bonita e mais nove pessoas, é emblemática. Após acamparem em uma fazenda na região do sertão de Sergipe, às 5:15 da manhã foram pegos de surpresa por tiros de metralhadoras da polícia, a mando do Tenente João Bezerra e do Sargento Aniceto Rodrigues da Silva. O ataque durou cerca de vinte minutos. Um dos primeiros a morrer foi o próprio Lampião. Depois da morte do líder, poucos cangaceiros conseguiram escapar. Dos trinta e quatro, onze morreram na hora. Ao fim do ataque, a polícia degolou alguns dos cadáveres e exibiu as cabeças empilhadas como prêmio, nascendo uma das fotos mais famosas da História nacional

FASE MODERNA



Em 2007, no pior desastre aéreo já registrado em solo brasileiro, uma aeronave da TAM atravessou a pista no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, e pegou fogo após se chocar com um posto de gasolina, matando 199 pessoas. As tecnicas de necropsia e identificação foram aperfeiçoadas nesta fase.

Um terceiro, em 2009, envolveu um Airbus da Air France que fazia a rota Rio-Paris e caiu no Oceano Atlântico, com 228 pessoas a bordo.
Voo Air France 447 era a identificação da rota aérea regular de longo curso operada pela companhia francesa Air France entre Rio de Janeiro e Paris. Tornou-se conhecido pelo acidente aéreo ocorrido durante o voo da noite de 31 de maio para 1 de junho de 2009, efetuado pelo Airbus A330-203, quando a aeronave se despenhou no Oceano Atlântico com 228 pessoas a bordo (216 passageiros e 12 tripulantes). O avião, de matrícula F-GZCP, partiu do Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro-Galeão a 31 de maio de 2009, às 19h29min locais (22h29 UTC),[4] 1.1 e deveria chegar ao Aeroporto de Paris-Charles de Gaulle 10h34min depois [1]. O último contato humano com a tripulação foram mensagens de rotina enviadas aos controladores de terra brasileiros 3 horas e 06 minutos após o início do voo,[1] pág 1/5 quando o avião se aproximava do limite de vigilância dos radares brasileiros, cruzando o Oceano Atlântico en route, seguindo para a costa senegalesa, na África Ocidental, onde voltaria a ser coberto por radares. Quarenta minutos mais tarde, uma série de mensagens automáticas emitidas pelo ACARS (Aircraft Communications Addressing and Reporting System ou Sistema Dirigido de Comunicação e Informação da Aeronave) foram enviadas pelo avião, indicando problemas elétricos e de perda da pressurização da cabine da aeronave, sem que houvesse outras indicações de problemas. Por não se confirmar a esperada aparição da aeronave nos radares senegaleses e não ter sido possível o contato com o controle de tráfego aéreo de ambos os lados do Oceano Atlântico, teve início uma busca pelo avião. Posteriormente, o Ministro dos Transportes da França, Jean-Louis Borloo, admitiu que "a situação era alarmante" e que a aeronave poderia ser dada como desaparecida já que, pelo tempo decorrido, teria esgotado suas reservas de combustível.[5] Em 2 de junho foram reportadas observações aéreas e marítimas de destroços no oceano, perto da última localização conhecida do aparelho.[6] À medida que as buscas continuaram, a França enviou o navio de pesquisa Pourquoi Pas? [7], equipado com dois mini-submarinos capazes de realizar buscas a uma profundidade de 4.700 m. O Brasil enviou cinco navios para o local, dentre os quais um navio-tanque para prolongar as buscas na área. O porta voz da marinha brasileira afirmou que a existência de destroços poderia ser um indício de haver sobreviventes.

Na tarde de 2 de junho o ministro da defesa do Brasil, Nelson Jobim, confirmou a queda do avião no Oceano Atlântico, na área onde foram avistados os destroços. Na noite do mesmo dia, o presidente brasileiro em exercício, José Alencar, tendo em vista a localização do acidente em alto-mar, decretou luto nacional por três dias, em memória às vítimas da tragédia. A 3 de junho o Estado Maior do Exército francês confirmou que os destroços encontrados pertenciam ao Airbus desaparecido.

Numa manhã de domingo, em meados de março, encontrei com o médico Francisco Sarmento, encarregado das autópsias do voo 447. O momento acabou sendo estranho para uma visita. Dois dias antes de eu encontrar com Sarmento, o necrotério onde as autópsias foram realizadas havia sido fechado por inspetores devido a “sangue nas paredes”, “corpos empilhados uns sobre os outros nas gavetas e no chão”, um”forte odor de putrefação” e um desfile de outros horrores, como “um corpo sendo arrastado pelo chão por dois funcionários”. (Desde então, o local já foi reaberto.)


“Quando ficamos sabendo, tivemos medo”, disse ele. “Não tínhamos espaço para 228 corpos. Havia 33 nacionalidades a bordo, por isso tivemos de cooperar com outros países. Precisávamos de impressões digitais, registros dentários, fotos de tatuagens. Contatamos a Interpol imediatamente e eles nos enviaram duas pessoas para trabalhar aqui e fazer a conexão com os demais países.” Neste momento, Sarmento ergue um dedo com ar de irritação. “Depois de uma semana”, disse ele, “o governo francês ligou e pediu para enviar um representante para observar as autópsias.” Grande parte do trabalho de medicina legal foi feito no em outro local, mas os exames finais dos corpos foram realizados no Recife.



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