quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Tutorial de necropsia - Formação profissional

Introdução:
O que é uma necropsia?
A necropsia (necros= morto + scopion= observar) ou autopsia (auto= si próprio) é um procedimento médico praticado desde antes de Cristo e que visa analisar as alterações orgânicas após a morte.
Etimologia:
Há nove formas em uso atualmente: autopse, autópsia, autopsia, autoscópia, autoscopia, necropse, necrópsia, necropsia e necroscopia.

Autópsia (AUTO= Em si próprio PSIA= Exame).
Usual:
Palavra correta é Necropsia (NECRO=Morto PSIA=Exame), refere-se à dissecação de um cadáver, com diversos fins: educativos (aulas de anatomia), ou de medicina forense, em que se pretende determinar as causas da morte.

Pode ser subdividida em três tipos: a necropsia médico-legal ou forense, destinada a identificar o processo da morte em casos de violência ou duvidosos; a verificação de óbito, realizada em casos de morte não violenta de pessoas sem acompanhamento médico e a necropsia hospitalar, realizada por anatomopatologistas, em pacientes internados falecidos em decorrência de doenças.
Trabalho árduo, nem sempre bem interpretado e aceito pela comunidade, a necropsia deve ser realizada com a consciência de sua importância no aprimoramento da Medicina e como instrumento de controle do seu próprio exercício.
A técnica da necropsia consiste em estudar as alterações de todos os órgãos após a morte a partir do exame macroscópico (observação a olho nu dos órgãos retirados), que fornece material para o exame microscópico, onde serão vistas as alterações a nível celular. Relacionando os achados macro e microscópicos com os dados da história do paciente, pode-se então estabelecer a causa da morte, a doença de base e outras patologias existentes.
A necropsia não serve apenas para identificar a causa do óbito, como muitos pensam, ela tem diversas outras funções:
• Controle de qualidade do diagnóstico e do tratamento, através do conhecimento, por parte da equipe que atendeu o paciente, dos achados da necropsia, visando identificar possíveis falhas e suas causas, buscando sua correção, para que não se repitam em outro paciente.
• Fonte de informação para a Secretaria de Saúde, permitindo a feitura de estatísticas precisas sobre as doenças mais freqüentes, o que influi na política de saúde do Estado e do Município.
• Material para ensino dos médicos residentes, alunos e professores. A correlação clínico-patológica realizada durante todas as etapas da necropsia é um excelente exercício, constituindo a maior fonte de ensinamento em Patologia.
• Material para pesquisa científica.
• Reconhecimento de novas doenças e de novos padrões de lesão.
• Reconhecimento do efeito do tratamento na evolução da doença.
• Esclarecimento de casos sem diagnóstico clínico firmado ou naqueles em que a morte do paciente foi inesperada.

• Conhecendo a realidade

A função primordial da necropsia é fundamentar as causas que motivaram a morte da vítima e, quando possível, estabelecer sua causa jurídica, a identificação do morto, o tempo de morte e algo mais que possa contribuir no interesse de esclarecer algo em favor da justiça.Existem três indicações clássicas previstas em lei para a necropsia:

•morte violenta (por acidentes de trânsito, do trabalho, homicídios, suicídios etc.);
•morte suspeita (sem causa aparente);
•morte natural de indivíduo não identificado.

O que é necropsista?
Necropsista é termo geral para quem realiza necropsia
A necropsia é realizada por medico LEGISTA ou PATOLOGISTA, juntamente com um profissional treinado para dissecções especificas.
O medico ou medico necropsista é o profissional que observa, anota e assina o laudo de causa da morte.
O assistente necropsista é um profissional de nivel medio, que fez um curso com base teorica e pratica.
•A definição de tecnico ou auxiliar é feita conforme a instituição.






• Postura profissional

• A morte deve ser encarada pelos profissionais de saúde como inerente à natureza humana. Somos seres finitos, embora às vezes possamos agir como imortais. Não sabemos nada sobre a morte, como e porque ela se deve ou acontece. É importante, portanto, prestar cuidados em que se destaque o sentir, mais do que o falar, acreditar nas potencialidades do encontro e da relação estabelecida, emergindo angústias e o significado delas, redimensionando o cuidado prestado no processo de adoecimento e finitude.


• Biossegurança
"A biossegurança é o conjunto de ações voltadas para a prevenção, minimização ou eliminação de riscos inerentes às atividades de pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços, visando à saúde do homem, dos animais, a preservação do meio ambiente e a qualidade dos resultados" (Teixeira & Valle, 1996).
PRINCÍPIOS DA BIOSSEGURANÇA
O objetivo principal da biossegurança é criar um ambiente de trabalho onde se promova a contenção do risco de exposição a agentes potencialmente nocivos ao trabalhador, pacientes e meio ambiente, de modo que este risco seja minimizado ou eliminado.
Os métodos utilizados para se obter esta contenção representam as bases da biossegurança e são ditos primários ou secundários.
1. A contenção primária, ou seja, a proteção do trabalhador e do ambiente de trabalho contra a exposição a agentes infecciosos, é obtida através das práticas microbiológicas seguras e pelo uso adequado dos equipamentos de segurança. O uso de vacinas, como a vacina contra a hepatite B, incrementa a segurança do trabalhador e faz parte das estratégias de contenção primária.
2. A contenção secundária compreende a proteção do ambiente externo contra a contaminação proveniente do laboratório e/ou setores que manipulam agentes nocivos. Esta forma de contenção é alcançada tanto pela adequada estrutura física do local como também pelas rotinas de trabalho, tais como descarte de resíduos sólidos, limpeza e desinfecção de artigos e áreas, etc.
Conjunto de normas e procedimentos de segurança que visam minimizar os acidentes em laboratório.



• EPI
(Equipamentos de segurança pessoal)

EQUIPAMENTOS DE SEGURANÇA
Genericamente, podem ser considerados equipamentos de proteção individual todos os objetos cuja função é prevenir ou limitar o contato entre o operador e o material infectante. Desta forma, oferecem segurança ao funcionário desde objetos simples como as luvas descartáveis, até equipamentos mais elaborados como os fluxos laminares.
Porém, é fundamental que o funcionário tenha consciência de que os equipamentos de proteção individual (EPIs) não substituem a prática das técnicas seguras.
Portaria 3214-NR6 (08/06/78)
• Luvas;
• Pro-pé (botas);
• Jaleco ou avental de plástico
• Protetor de braço
• Óculos;
• Máscara

Observar:
As pessoas que acompanham a necropsia deve usar mascara, avental e botas.
O nível de contaminação é alto para tuberculose e meningite.
Existem perigos na area?
• O risco de Tuberculose em profissionais de necropsia e tanatopraxia
A proteção da saúde do trabalhador fundamentava-se basicamente na Lei Federal
6514 de 22/12/1977 (que alterou o capítulo V, título II da Consolidação das Leis do).
(Trabalho aprovada pelo Decreto Lei 54522 de 1/5/1943). Mais recentemente, tem sido.
Motivo de preocupação e discussão nas várias esferas governamentais, encontrando.
Amparo em legislações específicas: a Lei Orgânica da Saúde (Lei 8080 de 19/9/1990)
Cita textualmente a saúde do trabalhador no âmbito do Sistema Unificado de Saúde
(SUS) em seu art. 6º, parágrafo 3º.
A doença proveniente de contaminação acidental do empregado, no exercício.
De sua atividade, é prevista em lei.
• Aspectos legais
A função primordial da necropsia é fundamentar as causas que motivaram a morte da vítima e, quando possível, estabelecer sua causa jurídica, a identificação do morto, o tempo de morte e algo mais que possa contribuir no interesse de esclarecer algo em favor da justiça.Existem três indicações clássicas previstas em lei para a necropsia:
• morte violenta (por acidentes de trânsito, do trabalho, homicídios, suicídios etc.);
• morte suspeita (sem causa aparente);
• morte natural de indivíduo não identificado.
A obrigatoriedade da execução da necropsia está regulada no Código de Processo Penal no artigo 162: “A autópsia será feita pelo menos 6 (seis) horas depois do óbito, salvo se os peritos, pela evidência dos sinais de morte, julgarem que possa ser feita antes daquele prazo, o que declararão no auto”.
Parágrafo único - Nos casos de morte violenta, bastará o simples exame externo do cadáver, quando não houver infração penal que apurar, ou quando as lesões externas permitirem precisar a causa da morte e não houver necessidade de exame interno para a verificação de alguma circunstância relevante.

Art. 163 - Em caso de exumação para exame cadavérico, a autoridade providenciará para que, em dia e hora previamente marcados, se realize a diligência, da qual se lavrará auto circunstanciado.
Não existe dispositivo legal que obrigue a realização de uma necropsia anatomopatológica, mas os hospitais costumam solicitar aos familiares ou responsáveis um termo de permissão. Somente com autorização da família ou responsáveis pode-se fazer uma necropsia em paciente cuja morte for natural. Isso ocorre quando o médico tem dúvidas quanto ao diagnóstico de morte.

TANATOLOGIA
A definição mais simples de morte é a cessação total e permanente das funções vitais. Porém, como avanço da tecnologia médica,surgiram novos questionamentos, principalmente em relação ao exato momento de se considerar alguém morto. (Isso é importante no caso da doação de órgãos para transplante, por exemplo). Desta forma, define-se atualmente morte clínica como o estado irreversível de defunção encefálica comprovada por exames específicos e não mais pela cessação da atividade cardiorrespiratória (uma vez que a pessoa com morte encefálica pode manter a função cardiorrespiratória preservada)
Mas o que seria a morte encefálica?
A morte encefálica é a situação em que as estruturas vitais do encéfalo encontram-se lesadas irreversivelmente. Caracterizando-se por:
-ausência total de resposta cerebral, com perda absoluta de consciência
-abolição dos reflexos cefálicos, com hipotonia muscular e pupilas fixas indiferentes aos estímulos dolorosos e luminosidade.
-ausência de respiração espontânea
-eletroencefalograma EEG plano, isoelétrico em todas as derivações
-ausência de circulação cerebral em exame angiográfico


8 comentários:

  1. parabens pelo blog....bem consistente sobre o assunto. gostaria de compartilhar o seu link com o meu:
    www.estudando-necropsia.blogspot.com ---colocarei seu link por la-ainda esta em montagem..mas chegamos la.----valeu!!

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  2. Adorei o blog!
    Muito esclarecedor,principalmente para quem procura respostas.
    Parabéns!!

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  3. Prezado, até quanto tempo depois da morte poder ser realizada a necropsia?

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  4. A necrópsia será feita, pelo menos, seis horas depois do
    óbito, caro colega.

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  5. Uma autópsia pode ser realizada depois de passado 15 dias do sepultamento? A exumação somente é possível judicialmente?

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  6. OLÁ. ESTOU ESTUDANDO PARA UM CONCURSO PARA AGENTE DE NECROTOMIA.
    ESTOU A PROCURA DE CONTEÚDO PARA ESTUDAR. VC TEM ALGUM SAITE, ARTIGO, ETC, PARA MIM INDICAR.

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  7. Adorei o site, muito bom... Me ajudou muito!!!

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Escolhe um trabalho de que gostes, e não terás que trabalhar nem um dia na tua vida.
-Confúcio

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